A guerra do Golfo foi um conflito militar iniciada a 2 de Agosto de 1990, na região do Golfo Pérsico, com a invasão do Kuwait por tropas do Iraque. Esta guerra conheceu a formação dois blocos uma coalização de forças de países ocidentais liderados pelos EUA e a Grã-Bretanha e países do Médio Oriente, como Arábia Saudita e o Egipto contra o Iraque.

Assim, a Guerra do Golfo, em 1991, foi o conflito que ocorreu dentro de grandes transformações verificadas nas relações internacionais no ano de 1991, no caso a crise do socialismo real, o fim da Guerra Fria e o consenso, nunca dantes existido, na actuação da ONU, durante o citado conflito

A guerra do Golfo foi um conflito militar iniciada a 2 de Agosto de 1990, na região do Golfo Pérsico, com a invasão do Kuwait por tropas do Iraque. Esta guerra conheceu a formação dois blocos uma coalização de forças de países ocidentais liderados pelos EUA e a Grã-Bretanha e países do Médio Oriente, como Arábia Saudita e o Egipto contra o Iraque.

Causa da guerra no Golfo Pérsico 

A invasão do Iraque ao território kuwaitiano, em 1990, foi directamente vinculada à Guerra Irã-Iraque (1980-1988). Entre as principais causas da Guerra do Golfo, ao menos três destas eram consequências da guerra anterior da região. A crise da economia iraquiana após oito anos de batalha; A elevada dívida de guerra iraquiana com os países do Golfo Pérsico, em especial com o Kuwait e a Arábia Saudita; e, O desenvolvimento da indústria de guerra iraquiana, fomentada principalmente pelos armamentos da França e da URSS; todos estes eventos foram motivadores para a decisão iraquiana de se aventurar em uma nova guerra, apenas dois anos após o fim do conflito contra o Irã.

Em Junho de 1990 Saddan Hussein então presidente do Iraque, acusou Kuwait de causar a queda dos preços de petróleo e retomar antigas questões de limites territoriais  alem de exigir indemnizações. Como Kuwait não cedeu em 02 de Agosto de 1990 tropas iraquianas invadiram o Kuwait com exigência do presidente Saddan Hussein de controlar os seus vastos e valiosos campos de petróleo (www.wikepedia.com, cessado no dia 27 de Maio as 14 horas).

Na mesma ordem de ideia Jurandir (2011) acrescenta que:

Um dos motivos da invasão alegado pelo presidente iraquiano Saddan Hussein foi que o Kuwait estava prejudicando o Iraque no comércio de petróleo vendendo o produto por um preço muito baixo. Com isso o Iraque estaria perdendo mercado consumidor e precisando baixar o preço do seu petróleo no mercado internacional. Para diminuir os prejuízos o Iraque pediu uma indemnização milionária ao governo do Kuwait não aceitou a reivindicação e não efectuou o pagamento […].

Ao iniciar esta guerra no golfo o objectivo do Iraque era de obter uma rápida vitória militar, embora, restrita que conduziria a criação de um clima de descontentamento no Irão em relação do regime de Khomeini, e por consequente a sua substituição por governo capaz de negociar um acordo razoável no que se refere a questão da fronteira.

A projecção internacional do Iraque e do presidente Saddan Hussein aumentaria fazendo o país emergir como potência dominante no golfo pérsico e possivelmente em todo o mundo árabe, o chocaria deste modo os interesses do EUA.

A invasão do Kuwait e a ameaça de invasão da Arábia Saudita pelo Iraque representavam um forte golpe nos interesses americanos para a região. Se o Iraque realmente conseguisse anexar ao seu território o Kuwait e a Arábia Saudita, ele deteria metade das reservas de petróleo mundiais, exercendo um grande poder de monopólio sobre a principal fonte de abastecimento energético das economias industrializadas do Ocidente. Como o poderio bélico iraquiano era o mais poderoso da região, facilmente Saddam Hussein conseguiria suplantar a força militar dos Estados vizinhos. Desta forma, os EUA acreditaram que somente uma força externa seria capaz de conter o avanço do Iraque.

Na realidade, a participação americana tinha o único objectivo de atender seu próprio interesse nacional vital na região que era evitar que o Iraque se tornasse um líder regional e exercesse um poder de monopólio junto às fontes de abastecimento de petróleo do Ocidente.

O desenrolar da guerra

Durante uma década o Iraque fora um aliado do ocidente na guerra contra o Irão, um conflito que, para o líder Iraquiano parecia trazer uma excelente oportunidade para tirar dividendo dos países que haviam protegido. O Iraque começou por invadir o norte do Kuwait para ter um acesso mais rápido ao mar, mas fracassou, embora não desistisse dos seus intentos.

A riqueza do Kuwait era a saída ideal para salvação das finanças do país e possibilitava o sonho de unir o mundo árabe em seu proveito, uma ideia que justificava com o passado glorioso dos califas de Bagdad e com o apelo a hostilidade contra o velho inimigo israelita. Saddan Hussein tinha os meios para agir, possuía um exercito bem apetrechado, sentia se apoiado pela população e contava com a falta do interesse ocidental.

Ao contrário do que esperava, a comunidade internacional reagiu de imediata, e de uma forma bastante firme, ao ofensivo iraquiana foram enviadas para Arábia Saudita e o para o Golfo Pérsico forças aliadas de cerca de 650 mil homens (liderados pelos EUA, apoiados pela ONU, pela OTAN e por outros Estados Árabes), acompanhado de aviões e navios. Sobre este pressuposto Jurandir (2011) defende que:

A ONU (organização das nações unidas) condenou a invasão e emitiu um documento exigindo a retirada imediata das tropas iraquianas do Kuwait. Ao mesmo tempo os EUA deslocaram tropas e aviões para arábia saudita preparando se uma acção militar. Como Iraque não retirou o seu exército no Kuwait a ONU autorizou a invasão militar do Iraque por um grupo de países que incluía a (Inglaterra, França, Egitpo, Siria Arabia Saudita) liderados pelos EUA, o ataque ao Iraque teve inicio em Janeiro de 1991 e durou um mês e meio.

Disto pode se concluir que com a invasão do Iraque no Kuwait a ONU tentou apaziguar o conflito recém-criado pelo presidente iraquiano condenando esta atitude e usou algumas diplomacias, apelando ao Iraque a abandonar este comportamento, usando algumas resoluções, dando alguns prazos de modo a mudar este posicionamento, uma vez que o líder colocaria o mundo árabe em um novo conflito, mas nem com actuação da ONU o iraque não deixou de invadir o Kuwait, razão pela qual alguns países liderados por EUA decidiram apoiar o Kuwait a reconquistar a sua liberdade. Entretanto os ataques dos aliados vão começar em Janeiro de 1991 depois da autorização da ONU, que vão durar quase 45 dias mas numa operação de 100 horas desenhado e implementado pelos EUA.

Operação tempestade no deserto

A Operação Tempestade no Deserto foi pensada, organizada e articulada pelo Departamento de Defesa (o Pentágono) dos Estados Unidos. Tal operação substituiu a Operação Escudo do Deserto que a precedeu. Sua duração ocorreu entre os dias 16 de Janeiro e 24 de Fevereiro, de 1991, e foi dividida em quatro fases, com operações coordenadas por terra, ar e mar.

 Na primeira fase, foi adoptada a estratégia usada na Segunda GuerraMundial com ataques à infra-estrutura logística, militar e os sistemas de comunicações e de electricidade do governo iraquiano, em Bagdad, através da campanha aérea, conhecida como Trovão Instantâneo. A ideia era destruir a capacidade bélica do Iraque, através dos bombardeios de suas indústrias de armas, incluindo centros de pesquisas para armas biológicas, nucleares e químicas. Trata-se de uma informação importante, pois a questão das chamadas armas de destruição em massa, voltaria à tona no início da primeira década do século XXI, como motivo para a invasão ilegal dos Estados Unidos e do Reino Unido sobre o Iraque, em 2003.

Na segunda fase, a Coalizão atacou a força aérea iraquiana em solo kuwaitiano, além de portos, pontes e estradas. Já a terceira fase teve como alvos principais a Guarda Republicana de Saddam Hussein e o restante do armamento inimigo.

 Até a terceira fase, a coalizão de países utilizou exclusivamente a força aérea para bombardear o Iraque e o Kuwait. A Força Aérea Iraquiana possuía aproximadamente 700 aviões e a Força Aérea dos países da coalizão detinham 2.790 aviões em seu arsenal. Ao todo, durante os mais de 30 dias de campanha aérea, a Força Aérea dos Estados Unidos sozinha realizou uma média impressionante de mais de 1000 ataques diários, além de aproximadamente 18.000 ataques conduzidos pela sua Marinha. A disparidade entre as duas forças beligerantes era visível o que levou muitos pilotos iraquianos a fugirem para o vizinho Irão.

 Na quarta e última fase da Tempestade no Deserto, aconteceu uma invasão por terra com o Exército da Coalizão que expulsaria os invasores do Kuwait. Tratava-se de uma ofensiva convencional, cuja resistência das tropas iraquianas, principalmente nas fronteiras com o Kuwait e a Arábia Saudita, mostrou-se um insucesso. O líder iraquiano Saddam Hussein acreditava que manter as posições fixas de seus soldados contra os ataques da coalizão, como uma estratégia de defesa, mostrou-se equivocada. Tal estratégia se mostrou eficaz na Guerra Irã-Iraque, mas na Guerra do Golfo se mostrou um desastre.

 A situação do Iraque era alarmante. A guerra que se travava era assimétrica notadamente. O Iraque lutou praticamente sozinho contra 34 países, liderados pela superpotência dos Estados Unidos. Então, no dia 17 de Janeiro (no Iraque) e dia 16 de Janeiro (no Brasil), os Estados Unidos, apoiados pelo Reino Unido e mais 32 países, lideraram o ataque contra o Iraque. Começava a operação Tempestade no Deserto, com ataque de helicópteros apaches da Força Aérea Estadunidense.

 Em 15 de Janeiro de 1991, expirou o prazo dado pelas Nações Unidas. A Operação Escudo do Deserto já estava pronta e as tropas aliadas esperavam ansiosamente o momento de entrarem em combate. O mundo aguardava com apreensão o que iria acontecer.

A mãe de todas as batalhas

Até 24 de Fevereiro os aliados bombardearam com altas tecnologias alvos militares no Kuwait e em seguida no Iraque, ate 2 de Março lançaram uma operação terrestre com o exército composto por milhões de soldados chefiados por EUA, que resultou na reconquista do Kuwait e na entrada do Iraque. A guerra em terra foi denominada por Hussein de mãe de todas as batalhas.

 Em poucas semanas as defesas aéreas iraquianas estavam destruídas bem como grande parte das redes de comunicação dos edifícios públicos, dos depósitos de armamentos e das refinarias de petróleo.

Armamento, equipamentos e estratégias da guerra

Pelo lado dos aliados a guerra contou com importante equipamento electrónico principalmente os caças F-117, bombas guiadas a laser e misseis teleguiadas. O sistema de defesa iraquiana que incluía armas químicas e biológicas, e foi planejadamente destruído por mísseis ar terra.

O Iraque não usou, como ameaçara, o gás de combate. Os mísseis Scud que mandaram lançar sobre o Israel, também falharam o seu intento de fazer com que este país entrasse num conflito, de forma a reunir o apoio das nações árabes. A superioridade tecnológica do ocidente era avassaladora, Saddan estava isolado e em poço tempo foi derrotado.

O fim da guerra do Golfo

Em 27 de Fevereiro a maior parte da guarda republicana da elite do Iraque foram destruído, em 28 de Fevereiro o presidente norte-americano George Bush declarou cessar-fogo. Em Abril o Iraque aceitou cessar-fogo, porem sofreu duras sanções económicas por não entregar o seu armamento químico e biológico. A independência do Kuwait fora restaurada, mas o embargo económico das nações unidas do Iraque tornou se mais severo.

O Iraque foi derrotado, o cessar-fogo foi aceite em Abril de 1991 e teve que retirar suas tropas do vizinho Kuwait, alem de sofrer com o embargo económico imposto pela ONU O derramamento de sangue foi brutal, sendo que a estimativa de mortes chegou a 10 mil iraquianos durante toda a campanha por terra. Após isso, o presidente George Bush anunciou um cessar-fogo, no dia 28 de Fevereiro.

Terminava assim a Operação Tempestade no Deserto, também conhecida como a “Guerra das 100 horas”. No dia 2 de Março de 1991, as Nações Unidas elaboraram a Resolução 686 que estabelecia o fim da presença militar dos países da Coalizão no território do Iraque. Em 3 de Março de 1991, a guerra foi oficialmente encerrada.

As consequências da guerra do Golfo

Nesse sentido, apesar do jogo de informações feito pelos dois lados no conflito, foram divulgados dados que mostravam 20 mil soldados iraquianos  mortos em ataques aéreos, os famosos bombardeios cirúrgicos, até o dia 11 de Fevereiro de 1991. Dois dias depois, em 13 de Fevereiro, a Coalizão de países bombardeou a infra-estrutura de transportes de Bagdad, como pontes, matando aproximadamente 400 pessoas.

O Kuwait perde 8,5 milhões de dólares americano com a quebra na produção de petróleo sem contar com danos estruturais e sociais causados por pilhagem e sabotagem e arbitrariedade contra população.