Localização

A civilização Maia se localizava na Mesoamérica, mais especificamente por todo o atual sul dos estados mexicanos de Chiapas, Tabasco e  Península de Yucatán. A área Maia também se estendeu por todo o norte da América Central, incluindo as atuais nações da Guatemala, Belize, Norte de El Salvador e no oeste de Honduras.

A ocupação do local onde iria se desenvolver a civilização Maia foi feita através de migrações de tribos que com o passar do tempo foram se tornando sedentárias. A agricultura foi fundamental para que houvesse a sedentarização

Origem dos Maias

Antes que os maias se radicassem em alguma regiões da América Central, existiam aí povos originários, como os otomies e otoncas. Vindos da América do Norte , após décadas vagando pela América Central, os mais estabeleceram-se no Yucatán e áreas próximas, por volta de 900 a . C. A produção do milho e a influência dos olmecas forram mito importante para o seu desenvolvimento

A área ocupada pelos maias pode ser dividida em duas regiões. A das terras altas (área abrangida hoje por El Salvador e Guatemala) estava voltada para o Pacífico e, apesar de possuir boas condições naturais, não teve muita importância para a construção da civilização maia.

É comum dividir-se o processo de construção da civilização maia em uma primeira fase (317-987) e uma segunda fase (987-1697). A primeira fase teria se iniciado em 317 d.C. Essa data , na realidade, tem como referência o mais antigo objeto maia encontrado até hoje. Sabe-se que essa civilização já existia antes de 317, mas não se dispõe ainda de informações precisas a respeito desse período.

Organização social Maia

A sociedade começou a desenvolver-se , com destaque para três cidades: Chichen-Itzá, Mayapan e Uxmal. Em 1004 foi criado a Confederação Maia, que reuniu essas três grandes cidades. Dezenas de cidades e povoados são criados ao longo dos duzentos anos seguintes, expandindo seu poder político na região. Após o período de união (entre os séculos X e XI), as cidades da Confederação entram em confronto, sendo Mayapan a vitoriosa. A hegemonia política dessa cidade foi sustentada por uma forte base guerreira. Inúmeras revoltas explodem na região, e em 1441 Mayapan é incendiada; As grandes cidades são abandonadas por causa das guerras.

As lutas internas, as catástrofes naturais (terremotos, epidemias, etc.), as guerras externas e principalmente, o declínio da agricultura levaram a sociedade maia à decadência. Auando os europeus chegaram à região (1559), os sinais de enfraquecimento dos maias eram evidentes, tornando a conquista mais fácil. Em 1697, a última cidade maia (Tayasal) é conquistada e destruída pelos colonizadores.

Cada cidade tinha um chefe supremo (halach uinc), e o cargo era hereditário.

Os camponeses e artesãos compunham a maioria da população (mazehualob) eram obrigados a pagar os tributos, a trabalhar nas grandes obras e moravam nos bairros mais distantes dos centros. Os escravos, geralmente por conquinsta serviam a um senhor, mas não trabalhavam na produção

Religião Maia

A sociedade maia tinha um caráter fortemente religioso; a religião dava legitimidade ao poder, que era exercido basicamente por algumas famílias.

O Ahaucan (senhor da serpente) é o supremo sacerdote. Ele indica os outros sacerdotes, rege as cerimônias, recebe tributos e decide sobre as coisas do estado. Existiam também sacerdotes com funções específicas, como os adivinhos, os encarregados dos sacrifícios humanos, os escribas, etc.

Cultura Maia

Os conhecimentos de astronomia dos mais eram realmente avançados, e seus observatórios, bem-equipados. Eles podiam prever eclipses e elaboraram um calendário de 365 dias. Para o desenvolvimento da astronomia, a matemática era um elemento fundamental, daí terem acumulado conhecimento nessa área.

A atividade médica e a farmacêutica também eram bastante desenvolvidas, o que foi reconhecido até pelos colonizadores.

As peças teatrais, os poemas, as crônicas, as canções, tinham uma função literário-religiosa bem evidente.

Mas a arquitetura e a engenharia representam as áreas do conhecimento mais desenvolvidas pelos maias. Seus grandes centros religiosos, as pirâmides, as cidades com edifícios de vários andares, os canais de irrigação e os reservatórios de água maravilham os conquistadores europeus.

A organização política administrativa

Os maias não chegaram a organizar um forte e poderoso Estado centralizado.

Na realidade, as cidades maias importantes controlavam as aldeias e terras próximas. Não havia nenhum poder ou instituição que as unificasse. Elas tinham autonomia econômica e política, e geralmente eram governadas por famílias.

Houve períodos em que a unidade foi estabelecida entre algumas cidades, como durante a Confederação Maia. N entanto, a regra era a independência e a luta entre cidades por novas terras, tributos, matérias primas, etc.

Economia Maia

A economia dos maias baseava-se na agricultura. A tecnologia empregada nas atividades agrícolas era bastante primitiva. Contudo, eles conseguiam uma extraordinária produtividade, principalmente do milho. É justamente em virtude dessa produção do milho, gerando excedentes, que um grande contingente de mão-de-obra podia ser liberado das atividades agrícolas para a construção de templos, pirâmides, reservatórios de água, etc.

As terras pouco férteis da região obrigavam os maias a realizar um rodízio, que geralmente mantinha a terra boa durante oito a dez anos. Após esse período era necessário procurar novas terras, cada vez mais distantes das aldeias e cidades. O esgotamento das terras, as distâncias cada vez maiores entre elas e as cidades e o aumento da população imseram à civilização maia uma dura realidade. A fome, um dos fatores que a levaram à decadência.

Decadência da civilização maia

No século IX a cultura maia clássica entrou em decadência e a população abandonou a maioria das grandes cidades e as terras baixas centrais no sul da Península de Yucatán, rumando para as cidades do norte. A selva ao longo do tempo ocupou suas construções e estradas, pois os habitantes não ocuparam novamente aqueles locais.

No século XI novas cidades maias se desenvolveram no norte da mesma península, mas no século XIV as grandes cidades do norte também foram abandonadas.

Frequentemente é sugerida a combinação de guerras, doenças, inundações, longas secas ou revoltas dos camponeses contra a elite urbana como motivos da decadência da sociedade maia. Existem evidências de que em seu período final a violência se expandiu, com cidades amplas e abertas tornando-se então fortemente guarnecidas por muradas, com defesas às vezes visivelmente construídas às pressas.

As hipóteses mais prováveis apontam para a exploração intensiva e inadequada do solo próximo às grandes cidades, causando seu esgotamento e deficiência na alimentação. O rei e os sacerdotes, incapazes de diminuir a fome com sacrifícios cada vez maiores, teriam perdido a credibilidade e a população teria abandonado aos poucos os centros urbanos, fundindo-se com a civilização tolteca em pequenas vilas na selva até serem dominados pelos espanhóis.

A teoria do abandono pela fome, apesar de ser mais provável, não explica os motivos pelos quais os grandes centros não foram ocupados novamente posteriormente, com uma rotina adaptada para evitar a fome, permanecendo um mistério este abandono urbano talvez único na História