Neocolonialismo é o novo Colonialismo. Portanto, certa dominação, sobretudo de carácter económico, mas também cultural e às vezes política exercida pelos estados desenvolvidos sobre outros estados do terceiro mundo.

Tambem pode ser definida como um sistema de relações de exploração imperialista, económicas, políticas, militares, jurídicas, ideológicas, etc., baseado na situação desigual de direitos dos países em desenvolvimento na economia capitalista mundial.

O neocolonialismo exerce controlo económico através do sistema de ajudas, de empréstimos e de trocas comerciais e financeiras controlando as economias locais através de vastos dispositivos de cooperação internacionais

Em seu livro ‘‘Neocolonialismo último estágio do imperialismo Nkrumah avalia o neocolonialismo como um estágio avançado do imperialismo que não se configura em um neo-imperialismo. Trata ˍse de uma restrição de práticas que ao invés de renovar, produz um algo diferente que compõe um sistema de dominação politica que usa como forma de coerção agenciamentos económicos e financeiros. A existência do estado independente e de um governo local autóctone distancia os países africanos da perspectiva colonial. No entanto, a interferência directa ou indirecta na organização política afasta a perspectiva e sua renovação de ser a possível chave de leitura para os processos desenvolvidos em África﴿.

Reflexões pautadas na eliminação de opções conceituam procedimento adoptado por Nʼkrumah ˍsão geralmente sedutoras, podem nos levar por fios que emaranhados produzem argumentos tautológicos.

A escorregadia trama de significados e definições construídas transforma a singularidade do evento histórico em unidade seriada tipificada em padrões de encaixe que imputam a culpabilidade ao outro. Esses percursos nos levam a um capitalismo internacional amorfo conduzido por dois ou três Estados que escolhe seus alvos e com avidez e diligencia.

Causas do Neocolonialismo

Na segunda metade do século XIX, as nações industrializadas da Europa – Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica e Itália precisavam, cada vez mais de matérias-primas e de fontes de energia primas para suprir suas indústrias. Além disso, era necessário encontrar mercados consumidores para os produtos fabricados.

A causa principal do neocolonialismo foi o Progresso técnico, Crescimento Industrial, Transformações Geopolíticas, Ampliação do Mercado Conquista da África e da Ásia e Capitalismo monopolista e financeiro.

Objectivos do Neocolonialismo

O neocolonialismo encontrar novas possibilidades de obtenção de matérias-primas tais como o carvão, o petróleo e produtos alimentícios que faltavam em seus territórios, Interesse pela expansão dos mercados consumidores devido o aumento da produção gerada pela industrialização das metrópoles, Necessidade de escoamento dos capitais excedentes disponíveis e Necessidade de aquisição de novas terras para as populações europeias devido o seu crescimento desordenado.

Ideologias do neocolonialismo 

As nações imperialistas procuraram justificar o imperialismo desenvolvendo doutrinas racistas, religiosas e técnicos – científicas, nas quais propugnavam a superioridade europeia:

  1. Doutrina racista: o imperialismo disseminou a ideologia da superioridade racial do branco europeu em relação ao africano.
  1. Doutrina religiosa: a Igreja Católica afirmava que ela possuía a missão de salvar as almas dos infiéis convertendo-os ao cristianismo.
  1. Doutrina da superioridade técnico-científica: a Europa considerava-se superiores em relação aos demais povos, já que experimentavam um notável progresso científico.

As Novas Tendências do Neocolonialismo em África

Segundo Popov (1982) “O neocolonialismo não permanece, porém imutável. Adapta-se às novas condições que se criam nos países africanos“. Assim, o neocolonialismo vê-se obrigado a levar em conta os êxitos alcançados pelos países africanos na luta imperialista e pela elevação do seu peso na política mundial.

O fortalecimento da independência dos países libertados não convêm aos imperialistas que procuram chamar a si esses países, através de milhares de meios e processos, a fim de disporem mais livremente das suas riquezas naturais e de utilizarem os seus territórios para fins estratégicos. Nesta política, os antigos colonizadores utilizam amplamente o velho método de dividir para reinar.

No Campo de Investimentos

Os investimentos estrangeiros se orientavam principalmente para a agricultura, comercio, a indústria mineira dos países africanos, hoje a situação mudou essencialmente. Muitos deles são construídas, com a participação do capital estrangeiro, como as industriais de siderurgia e de metalurgia, de transformação primária de petróleo, isto permite aos antigos colonizadores e aos monopólios capitalistas obter muitos semi-fabricados criados pela mão-de-obra barata dos países africanos.

O neocolonialismo é considerável dos investimentos estrangeiros que se orienta para alguns ramos da indústria transformadora dos países africanos, trata-se, sobretudo dos ramos industriais que exigem um número elevado de operários capazes de produzir os produtos tradicionais, onde o neocolonialismo pretende preparar e conquistar os mercados dos países africanos para a venda das mercadorias produzidas pelas filiais dos monopólios internacionais; anteriormente os monopólios capitalistas que funcionavam nos países africano se orientavam para exportação de mercadorias produzidas em África e, actualmente os seus esforços é dirigida para conquista o mercado interno, por outro lado visa impedir a industrialização dos Países africanos.

No Sector Estatal

O neocolonialismo em relação ao sector estatal da economia dos africanos, há alguns anos atrás tanto nas concepções teóricas como principalmente na prática económica, a atitude dos antigos colonizadores para o desenvolvimento de sector estatal nos países africanos era particularmente negativa, actualmente os Estados imperialistas e os monopólios capitalistas são obrigados a terem em conta as mudanças ocorridas, praticamente este sector começou a ocupar um lugar importante na economia nacional da maioria dos países africanos.

Ao conceder créditos e empréstimos e ao investir capitais no sector estatal, o neocolonialismo procura esterilizar o seu conteúdo progressista e debilitar a sua orientação anti-imperialista. Há que ter em conta que o desenvolvimento das relações com sector estatal dos países africanos permite os antigos imperialistas exercer um a influência maior sobre seu aparelho de Estado e política de Estado. 

No Campo Tecnológico

O neocolonialismo utiliza a revolução técnico-científica, para procurar converter os países africanos em elos de uma gigantesca cadeia de produção capitalista internacional. A indústria dos países africanos fica cada vez mais presa à tecnologia, à técnica e a toda produção dos países capitalistas desenvolvidos. É nesta base que surge uma dependência multiforme dos países africanos aos países capitalista no domínio da técnica e da tecnologia que recebeu o nome de neocolonialismo tecnológico.

A fim de obter altos lucros o capitalismo e os monopólios multinacionais utilizam amplamente o neocolonialismo na venda aos países africanos de técnica experimental. Frequentemente os monopólios multinacionais vendem aos países africanos maquina, equipamentos que ainda não estão instalados mesmo nas empresas dos países capitalistas desenvolvidos. Estas maquina e equipamentos são vendidos aos países africanos por preços muito elevados,

Os países africanos vêem-se obrigadas a convidar peritos custosos dos países ocidentais que melhoram os funcionamentos destes equipamentos ultra-modernos. Onde a dependência tecnológica dos países africanos em relação aos países capitalistas desenvolvidos manifesta-se não só na compra de equipamento moderno e de peças sobressalentes, mas também na compra de patentes, licenças e documentação técnicas.

A Exploração Colonial 

Uma maneira geral, os países colonialistas da Europa procederam de maneira empírica (sem caracter cientifico, baseando sena experiencia) na organização de sistema de exploração colonial. Os ingleses se constituíram em excisão porque possuíam um imenso império colonial que os permitiam uma variedade extraordinária de recursos materiais e humano. A política livre – cambista, adoptada na Inglaterra apos 1850, estendeu-se as colonias, uniformizando as relações económicas. A Franca, por sua vez, adoptou uma política tarifaria variante. Dependia da colonia e dos tipos de produto que produziam e consumiam. a exploração das terras foi concebida em particulares, uma vez que as grandes companhias capitalistas tinham condições de empreender a exploração que necessitavam de uma vultuosa soma de capital.

Para encorajar a colonização das terras, a exploração económica foi concedida em particulares ou a grandes companhias que tivessem condições de empreender exploração de rendimento elevado as vias de comunicação so foram construídas para enriquecer a metropole, e não para desenvolver os meios de transporte as colónias. O comércio colonial também era favorável a metropole, que tinha nas colonias mercado privilegiado.

Desafios do Neocolonialismo

O continente africano para diminuir a acção neocolonialista, deve desenvolver estratégias para aumentar a sua autonomia no sistema económico internacional, buscando a superação dos seus problemas e dificuldades. Deve continuar com a solidificação dos blocos económicos com o objectivo de criar a sua própria economia. Os Estados africanos devem buscar a unidade política com uma política externa comum, com plano de defesa comum e um programa económico comum dirigido para o desenvolvimento de todo continente.

As autoridades públicas africanas devem prosseguir com as reformas no domínio da saúde, da educação pública, devem realizar programas de trabalho para promover o emprego urbano, como seguir um processo de desenvolvimento local de acordo com as suas necessidades e projectos locais, mas a tendência e capacidade de aproveitar os impulsos da economia internacional

Consequências do neocolonialismo   

Para os países colonizados gerou submissão, acompanhada de desestruturação socioeconómica, politica e cultural, levando a miséria, a fome e as lutas nacionalistas, que sequiam as raízes da segregação racial e social que seriam as bases de muitas dificuldades em meio seculo, as famílias as aldeias e as tribos foram incorporados pelos colonizadores, desencadeando se lutas e conflito no seculo XIX.

O neocolonialismo europeu foi responsável pela destruição das estruturas tradicionais da sociedade africana. A colonia devia absolver grande parte da produção do excedente da metropole desenvolvida para que os investimentos tornassem lucrativos, era preciso criar a infra-estrutura de exportação: estrada de ferro, pontes e portos. As nações capitalistas subordinaram as economias coloniais o que deu origem ao subdesenvolvimento dos países colonizados.

Bibliografia

ARUDA, José Jobson de A. Historia moderna e contemporânea. 23ª Edição, editora Ática, são Paulo, 1990;

CONCEICAO, José Maria Nunes Pereira. Africa um novo olhar. Rio de Janeiro: CEAP, 2006;

FERROS, Marc, o livro negro do colonialismo. RJ: EDITORAS 2004;

FREITAS, Gustavo, Vocabulário de História, Plátano Editora, Lisboa, 1983;

GRAÇA, Pedro Borges. A Construção de Nações em África. Ed. ALMEDINA, SA, Coimbra 2005 ;

NKRUMAH, K. neocolonialismo: ultimo estágio do imperialismo. Rio de Janeiro: civilização Brasileira, um 1967;

PRADA, Valentim Vasquez de. Historia económico mundial: das origens a revolução industria. Porto: civilização editora 1982