
Transportes terrestres
A classificação dos meios de transporte como tantas outras existentes é meio controversa, mas nem por isso impossível, pelo que podem ser classificados em três grandes grupos: terrestres, aquáticos e aéreos, sem contar com os tubulares que se podem adaptar a qualquer um deles.
Transportes terrestres
Os transportes terrestres são de uso comum e podem ser ferroviários ou rodoviários.
Transporte ferroviário
O desenvolvimento da rede ferroviária é um indicador importante sobre as características de uma região. Os comboios também passaram por grandes alterações. A passagem da máquina a vapor para a máquina de motor a diesel aumentou a sua capacidade de transporte e a velocidade de deslocação. Modificação idêntica ocorreu com a electrificação das linhas.
Actualmente, em muitos países da Europa e no Japão, desenvolve-se uma rede de comboios de alta velocidade, designados genericamente por TGV.
A maior parte da África e os países do Médio Oriente apresentam as mais fracas densidades de rede ferroviária. (GUALBERTO e SOUSA, 1992: 150)
Comparativamente com outros meios de transporte, o ferroviário apresenta como vantagens:
- Elevada capacidade, quer no transporte de pessoas quer no de mercadorias;
- Baixos custos unitários para médias distâncias;
- Reduzido consumo de energia e de espaço;
Baixos índices de poluição e de sinistralidade. (SANTOS e LOPES, 2003: 160)
Porem, possui como desvantagens:
Itinerários fixos (só pode circular ao longo de carris), o que obriga frequentemente a realização de transbordo;
Elevados custos na construção de infra-estruturas (vias e estacões), principalmente nas áreas de relevo muito acidentado, obrigando muitas vezes a realização de grandes obras de engenharia (pontes, túneis, etc.);
Elevados custos de manutenção das infra-estruturas e do material circulante (comboios).
Transporte rodoviário
O transporte por estrada é mais antigo do que o caminho-de-ferro, contudo a grande expansão da rede rodoviária é bastante recente. Com o desenvolvimento da indústria automóvel e com o uso generalizado destes veículos, tornou-se necessário dar novas características a rede rodoviária e introduzir novas técnicos na construção de estradas, de modo a permitir maior fluxo de tráfego e maiores velocidades.
Assim, as suas vantagens são as seguintes:
- Flexibilidades nos itinerários, isto é, fazem ligação porta-a-porta;
- São um meio versátil de transporte; dispõem de um certo grau de especialização (como por exemplo: transporte de combustíveis, e camiões-frigoríficos);
- É aconselhável para o transporte de cargas pequenas e médias, e até mesmo para curtas e medias distâncias;
- Permitem um atendimento bastante disperso;
- Podem atingir grandes velocidades;
- São práticos e económicos;
Permitem uma elevada mobilidade espacial. (MANSO e VICTOR, 2010).
Mas também meio as suas vantagens, apresenta algumas desvantagens:
- Relativa pequena capacidade de carga em relação ao transporte ferroviário e marítimo;
- Ocupação de grandes espaços pelas estradas;
- Impacto ambiental extremamente negativo (poluição e ruído);
- Alto consumo de combustível;
- Elevada sinistralidade (acidentes de viação).
Transporte areio
O transporte por via aérea tem uma história muito mais curta. Embora as primeiras experiencias para o homem se elevar no ar sejam já do século XVIII, apenas em meados do século XX se desenvolveu e generalizou o transporte de passageiros e de mercadorias por via aérea.
Este meio de transporte apresenta como vantagens em relação aos outros meios:
- É o mais rápido (aviões com velocidades iguais ou superiores a 1000 km/h);
- Permitem o transporte de cargas leves, pouco volumosas, facilmente perecíveis (material electrónico; diamantes, frutas, legumes, flores, etc.);
- Permitem ligações nacionais, regionais e internacionais;
- Possuem grande conforto e comodidade;
- Ausência de itinerários fixos, logo, maior flexibilidade;
São relativamente seguros em relação a outros meios de transporte.
Quanto às suas desvantagens, temos:
- Elevado custo;
- Reduzida capacidade de carga (quando comparado com os transporte marítimo e ferroviário);
- Elevado consumo de combustiva;
- Elevados níveis de poluição atmosférica e sonora;
- Grande sujeição às condições atmosféricas (ventos fortes, nevoeiro…).
Alguma lentidão no embarque e desembarque nos aeroportos. Calcula-se que 65% do tráfego aéreo mundial se processa através do Atlântico Norte.
Também através do território dos EUA se estabelecem fluxos intensos de tráfego aéreo, que ligam as principais cidades. Na Ásia Oriental, nomeadamente em Tóquio, Taipe, Hong Kong e Calcutá, observa-se também um movimento intenso. Estes fluxos de transporte por via aérea abrangem o transporte de passageiros e de mercadorias.
Os aeroportos de maior movimento do mundo são Nova Iorque, Chicago, Londres, Los Angeles, Atlanta, Dallas, Tóquio e Paris.
Transporte marítimo
Apesar da concorrência do avião, o barco continua a ser um importante meio de transporte, sobretudo para as matérias-primas e para os produtos da indústria.
Embora o transporte de pessoas e de mercadorias por via marítima seja bastante antigo, é no século XVI que a navegação transoceânica passa por um período de grande desenvolvimento. Na segunda metade do século XX conhecem-se novos progresso na construção naval no sentido de um grande aumento da capacidade de carga e da velocidade. Surgem muitos navios especializados em determinados tipos de transportes: petroleiros, mineraleiros, porta-contentores e graneleiros para cargas especiais, nomeadamente os cereais.
Principais vantagens residem nos seguintes aspectos:
Maior capacidade de transporte de carga pesada e volumosa, bem como possui maior capacidade de transporte de passageiros;
Transporte de longo curso, isto é, permite estabelecer contactos transcontinentais e ou transoceânicos;
É relativamente cómodo;
Menor custo de transporte com o aumento da distância percorrida.
Todavia, também tem inconvenientes ou desvantagens:
Apenas permite o transporte entre áreas dotadas de infra-estruturas portuárias, o que conduz à realização de transbordo;
Obriga a elevados investimentos na construção e manutenção das infra-estruturas de apoio,
Apresenta uma sujeição significativa as condições amos as e ao estado do mar.
Os portos, nós de ligação de vias terrestres e marítimas, foram durante muito tempo consagrados ao comércio dos produtos agrícolas e depois as mercadorias provenientes da exploração colonial. Após a Segunda Grande Guerra são as vastas áreas do litoral que se tornam lugares privilegiados para a implantação das indústrias pesadas. A Europa, os EUA, o Japão, o Brasil e a Argélia organizam extensas zonas industriais portuárias que são abastecidas directamente por via marítima por meio de mineraleiros e petroleiros gigantes. O transporte de produtos do interior dos continentes até ao litoral é feito em combinações ferroviárias de mais de 10 000 toneladas.
Gasodutos e oleodutos
Os pipelines, assim como também são designados os oleodutos e gasodutos, constituem um meio de transporte de petróleo em Terra. Utilizados em grande escala desde os meados deste século, atravessam enormes distancias, transportando o petróleo desde os locais de extracção até as refinarias ou até aos portos, onde passa para transporte marítimo a bordo dos petroleiros.
O transporte por tubos diz respeito não somente aos produtos petrolíferos brutos ou refinados mas também a gases como o etileno ou o oxigénio, ao sal e mesmo ao carvão reduzido a pasta.
As vantagens deste tipo de transporte é fundamentalmente económica, pois a sua utilização:
Requerer pouco pessoal e pode ser feita de forma continuada, o que faz baixar seu custo.
O gasoduto apresenta particulares vantagens sobre o transporte marítimo, que implica pesados investimentos: ele exige apenas uma fabrica de liquefacção no inicio do percurso e uma fabrica de regasificação a chegada.
Há no entanto fortes limitações ou desvantagens ao transporte por tubos:
A sua adaptação ao relevo, a travessia de grandes extensões de água;
A incapacidade de armazenamentos;
Os custos elevados da sua instalação.
Referências bibliográficas
ANTUNES, João. Geografia 11.º Ano de Escolaridade. Lisboa, Plátano Editora. 1996.
GUEVANE, Luís. G12-Geografia 12.ª classe. 1.ª ed. Maputo: Texto Editores. 2010. 160 pp.
GUALBERTO, M. Helena, SOUSA, M. Lídia de Geografia 7º Ano. 1.ª ed. Lisboa: O Livro. 1992. 254 pp
MANSO, Francisco. VICTOR, Ringo. Pré-Universitário – Geografia 12. 1.ª ed. Maputo: Longman Moçambique. 2010. 192 pp.
PEREIRA, Maria Aurora, PINTO, Manuela, Macedo, Uma Terra – vários mundos – 9º Ano de Escolaridade, 2ª ed., Edições Contraponto, Porto, 2009, 283 pp. 123
SANTOS, Fernando. LOPES, Francisco. Espaço Mundial Geografia. 9.º – 3.º Ciclo do Ensino Básico – 9.º Ano. 1.ª ed. Lisboa: Edições ASA. 2003.