Fecundidade

A fecundidade é a procriação real, por isso representa o numero de filhos que a mulher te m durante seu período fértil, dos 15 aos 49anos. A noção de fecundidade foi introduzida nos estudos demográficos com objectivo de superar as lacunas de taxas de natalidade e mortalidade na carreta análise do dinamismo de uma determinada população.

Fatores que influenciam a fecundidade

            Factor       Descrição
Biológico A fertilidade dos indivíduos
Sociocultural e psicológico Nível de educação, crenças religiosas, espaço de residência (campo ou cidade) e as aspirações sociais
Socioeconómico Nível de desenvolvimento e qualidade de vida das pessoas
Demográficos Condições de mortalidade geral, e infanto-juvenil em particular, estrutura etária, idade de casamento, tipos de casamento (monogâmicos ou polígamos), estabilidade e instabilidade conjugal
Politico Politicas populacionais adaptadas referentes sobretudo ao planeamento familiar, idade lega de casamento e a problemática do aborto.

Fonte: (MANSO: S/D:17)

Taxa de Fecundidade

A taxa de fecundidade define-se pelo número de nados vivos por cada 1000 mulheres em idade fecunda, normalmente dos 15 aos 45 anos, num determinado período de tempo. Esta taxa obtêm-se através da seguinte fórmula:

TF=Nº de nados vivos/nº de mulheres dos 15 aos 45 anos x1000.

Implicações e desafios do crescimento populacional em África

Os elevados níveis de fecundidade nos países em desenvolvimento, particularmente em África, continuam a constituir principais determinantes do elevado crescimento de sua população, o qual têm implicações nos prospectos de desenvolvimento socioeconómico. Embora a relação entre crescimento populacional e desenvolvimento socioeconómico não seja linear, a opinião de grande parte dos estudiosos de população suporta a ideia de que os países pobres seriam mais propensos a alcançar taxas de crescimento do seu rendimento per capita se as suas taxas de crescimento populacional diminuíssem.

A demanda sobre determinados bens e serviços é directamente afectada pela taxa de crescimento da população, como ocorre, por exemplo, com alimentos, habitação, educação, cuidados médicos e outros serviços públicos. O rápido crescimento demográfico inviabiliza as políticas governamentais, com objectivos económicos e de bem-estar social dos grupos da população de baixa renda.

A atenção prestada às crescentes necessidades impõe uma carga pesada sobre os gastos correntes e, de igual modo, sobre os investimentos públicos em infra-estrutura social. A terra agrícola, na sua dupla função de produtora de alimentos e de fonte de trabalho para uma importante fracção da população, sofre a forte pressão de um elevado crescimento demográfico. Os resultados são, por um lado, a emigração, em grande escala, das áreas rurais e, por outro, a elevação dos preços dos alimentos de primeira necessidade.

No entanto, o impacto da população sobre o desenvolvimento depende não só do seu ritmo de crescimento, mas também do seu tamanho e estrutura etária. Uma estrutura favorável ao desenvolvimento é aquela em que grande percentagem da população está nas idades adultas e com pequena percentagem e crescimento lento da população dependente (crianças e idosos).

Este tipo de estrutura proporciona uma base tributária suficiente para os serviços governamentais e uma rede de segurança social para os grupos dependentes. Em contraste, uma estrutura etária adversa (jovem), normalmente, apresenta uma percentagem de jovens dependentes e grandes taxas de desemprego.

Em Moçambique, o nível de fecundidade é o triplo do que seria necessário para garantir a reposição das gerações cerca de 2 filhos por mulher. Este facto produz uma estrutura etária da população muito jovem que, por sua vez, cria uma pressão sobre os recursos, aumenta a demanda e a despesa social, ao mesmo tempo que reduz a renda per capita, porque a proporção da população dependente é elevada, significando uma maior carga de dependência.

Bibliografia

ARNALDO, Carlos & Gilberto Mariano Norte. Análise dos Indicadores de Emprego dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio em MoçambiqueRelatório preparado para a Organização Internacional do Trabalho, Maputo, 2009.

NAZARETH, J. Manuel. Demografia, a ciência da população, 3ª Ed. Editorial Presença, Lisboa 2009.

TORRES, Adelino. Demografia e desenvolvimentoelementos básicos, Lisboa, 1995.