As precipitações variam tanto do ponto de vista geográfico como também no aspecto sazonal. O conhecimento destas variações é de grande importância para o planeamento dos recursos hídricos como no estudo de chuvas prováveis, projeto de irrigação; estudo de chuvas intensas, secas, previsão de enchentes, dimensionamento de barragens de contenção de cheias e regularização das vazões em épocas secas, controle de erosão do solo, previsão de veraniços para escalonamento de plantio das culturas agrícolas, etc.

Do ponto de vista geográfico, a precipitação é máxima na região equatorial e decresce com o aumento da latitude em direção aos polos. Porém as isoietas de mapas de precipitação anual mostram que outros fatores, além do geográfico, têm grande influência sobre a distribuição geográfica da precipitação (figuras XX). Dentre os fatores que influenciam a distribuição da precipitação citam-se:

Latitude – influi na distribuição desigual das pressões e temperaturas no globo e na circulação geral da atmosfera. Essa influência só pode ser percebida em grandes áreas;

Distância do mar ou de outras fontes de água– à medida que as nuvens se afastam do mar, em direção ao interior do continente, elas vão se consumindo de forma que se pode esperar uma redução total da precipitação com o aumento da distância da costa ou de alguma outra fonte de umidade;

Altitude – a pluviosidade aumenta com a altitude até um certo ponto, passando a reduzir a partir daí. A altitude de máxima precipitação é em torno de 2500m nos Alpes, onde a variação das alturas pluviométricas com a altitude é entre 0,5 e 1,5 mm por metro;

Orientação das encostas – sendo a precipitação influenciada por correntes eólicas, o fato de uma encosta ou vertente estar mais ou menos exposta aos ventos tem reflexos nas quantidades precipitadas. Essa influência ocorre tanto em grandes extensões como também em pequenas áreas restritas em terrenos muito acidentados;

Vegetação – a evapotranspiração das culturas tenderia a aumentar as precipitações locais, porém este efeito é discutível.

Mecanismos de formação da precipitação

A precipitação, como já citado acima, é o retorno, à superfície terrestre, da água que passou da fase líquida à fase gasosa, processo que recebe o nome de evaporação. Para tanto é necessário que a água receba ao redor de 590 cal/g água, denominado calor latente de evaporação.

Ao retornar à fase líquida liberará essa quantidade de energia, ou ainda, se sofrer o processo de solidificação haverá o despreendimento de algo em torno de 80 cal/g água, valor este correspondente ao calor latente de liquefação, ou seja referente à passagem da água da fase sólida para fase líquida.

Para que haja precipitação, entretanto, é necessário que não somente a água retorne à fase líquida, processo que recebe o nome de condensação, como também que as gotas cresçam até um tamanho suficiente para que sob a ação da atração gravitacional vençam a resistência e as correntes de ar ascendentes.

O crescimento das gotículas formadas por condensação é chamado coalescência. Desta maneira conclui-se que mesmo que haja condensação, não necessariamente ocorrerá a precipitação, no caso de o processo de coalescência não ser intenso o suficiente para promover um crescimento das gotículas até uma dimensão que vençam as resistências do ar.