Conceito da Hidrogeografia

Hidrogeografia – é a ciência geográfica que estuda a hidrosfera que ocupa 70% da superfície total do planeta terra numa área de aproximadamente 371.1 milhões de km2.

Os principais ramos da hidrogeografia são:

  • Potamogeografia – ciência que estuda o comportamento dos cursos de água, tanto superficiais como subterrâneos, a sua localização e utilização;
  • Limnogeografia – ciência que se ocupa do estudo e da descrição dos lagos e pântanos;
  • Oceanografia – ciência que estuda os oceanos, procurando compreender, descrever e prever os processos que neles ocorrem.

Conceito de Rios

Rios – são cursos de água doce suficientemente estáveis compostos por nascente, foz, leito, margens, afluentes, cursos do rio talvague, quedas de água, cascatas ou rápidos meandros capturados e foz.

Afluentes – são cursos de água mais pequenos que se juntam a outros cursos de água de maiores dimensões.

Rede hidrográfica – é o conjunto formado pelo rio e pelos seus afluentes e subafluentes.

Bacia hidrográfica – é o conjunto de terras que fazem a drenagem da água (rede hidrográfica). A bacia hidrográfica é limitada pela linha divisória de água, que ee uma linha imaginaria que divide duas bacias hidrográficas vizinhas.

O caudal do rio – é a quantidade de água que circula num dado ponto determinado ao seu leito por unidade de tempo. A alimentação é feita de chuvas neve, vento e pelo gelo.

Regime dos rios

Regime do rio – é o comportamento do seu caudal que depende da sua alimentação dos lagos reguladores, do relevo e do escoamento superficial, assim com de vegetação ao longo do curso.

Regime de um rio pode ser:

  • Regime constante – os rios mantém um caudal constante devido a regularidade das chuvas e de todas as fontes de alimentação. Exemplo: Amazonas e Congo.
  • Regime periódico – é o comportamento caudal dos rios das zonas tropicais (Nilo) ou sob influência das monções. Estes rios observam um período de cheias e outro de estiagem. As cheias são alimentadas pelas chuvas periódicas concentradas do verão.
  • Regime regular ou intermitente – este tipo de regime de rios ocorre nas regiões desérticas (do Saara, Creks da Austrália). As águas ocorrem apenas caem chuvas e esgotam-se de imediato ou secam por evaporação e por infiltração.
  • Regime sazonal – depende dos estacões do ano dos rios de certas áreas temperadas ou subtropicais tem caudal dependente da precipitação que caiu no Outono ou no Inverno. Noutras regiões, o aumento do caudal deve ser a queda da neve.

Dinâmica da estrutura dos rios

A estrutura de um rio relaciona-se com o modelo que este representa nas diferentes dimensões da sua forma.

  • Perfil longitudinal – obtém-se desde o nascente ate a foz pela união de vários pontos do fundo do leito;
  • Perfil transversal – é apresentada pela união dos diferentes cursos do rio, duma margem ate a oposta, a sua forma característica é um V (medido em cima) terá sempre maior largura do que na profundidade;
  • Meandros – são sinuosidades regulares descritos pelo leito de um rio e o traçado fluvial afasta-se da sua direcção de escoamento para voltar a ela depois de descrever uma curva pronunciada.

Cursos de água subterrânea

Resultam da penetração no solo das águas das precipitações por infiltração em terrenos permeáveis. No interior da água desce através das capilares ate encontrar rochas impermeáveis e começa a acumular-se.

A água encontra-se em forma de toalha de água de dois tipos:

  • Toalhas subterrâneas – formam-se pelos interstícios e pequenas escadas de infiltração.
  • Tolhas cársicas – formam-se por infiltração através das diáclases.

O nível das águas depende das intensidades das precipitações, estacão do ano, grau de humidade na região, percurso dos cursos da água, proximidade relativa do mar.

Balanço hídrico

Balanço hídrico – é a diferença entre a precipitação e a evaporação num determinado local e intervalo de tempo.

O balanço hídrico de uma região faz parte de círculo hidrológico. Tem como processos constituintes a precipitação, a evaporação, a descarga ou escoamento, a reserva ou armazenamento o uso e o consumo.

Os maiores rios do globo

Rio Amazonas, Rio Nilo, Rio Yenissei, Obi, Lena, Rio Indico, Ganges e Bramaputra, Rio Azul, Rio Amarelo, Volga e Rio Mississípi, Rio São Lourenço e Rio Paraná.

Conceito de Lagos

Os lagos – são uma massa permanente de água relativamente ampla e mais ou menos profunda depositada numa depressão de terrenos e sem comunicação imediata com o mar.

Origem e dimensões dos lagos

Os lagos apresentam dimensões variadas desde lagos com algumas dezenas de metros de diâmetro como os que se podem encontrar nas montanhas ate as dimensões gigantescas.

Os lagos de origem interna podem ser:

  • Os lagos tectónicos, surgem em resultado do abatimento ou desabamento de cavidades subterrâneas. Podem também ter origem em fracturas no terreno ou em inflexões ocorridas na crusta terrestre;
  • Os lagos vulcânicos, situam-se em crateras de vulcões ou em depressões originadas por erupções vulcânicas.

Os lagos de origem externa podem ser;

  • Os lagos de erosão – são originados pelas chuvas, vento ou glaciares;
  • Os lagos residuais – foram, em tempos, mares ou bacias marinhas e contem água salgada;
  • Os lagos de depressão – as águas encontram-se acumulados em depressões;
  • Os lagos de origem mista, podem resultar da combinação de diversos factores, os quais, em conjunto, levam a que se acumule uma determinada quantidade de água.

Existem igualmente lagos artificiais, como o da barragem de Cahora Bassa, em Moçambique, também designados por albufeira.

Principais lagos do globo

Os maiores lagos do globo são: Mar Cáspio, Superior, Vitoria, Huron, Mchigan, Tanganica, Baikal, Grande Lago do Urso, Grande Lago do Escravo, Erie, Winnipeg, Nassa, Ontário, Balcash, Ladoga, Onega Tricaca e Aral.

Oceanos e mares

Os oceanos – são grandes massas de águas assentos na plataforma oceânica, tem comunicação bastante aberta com zonas abissais e todos apresentam características semelhantes.

Os mares – são porções de oceanos situados junto à costa, em reentrâncias mais ou menos profundas, ou prolongamentos de oceanos comprimidos na massa continental ou entre continentes muito próximos uns dos outros

Propriedades físicas e químicas dos mares e oceanos

Propriedades físicas da água oceânica

As águas do mar e do oceano apresentam determinadas características que as tornam diferentes das águas dos rios, lagos e das águas subterrâneas. Das propriedades físicas da água destacam-se as relacionadas com a temperatura, a densidade, a dinâmica e a cor.

Temperatura

A temperatura das águas superfícies depende da radiação solar e de fenómenos atmosféricos como o vento, a precipitação, entre outros.

As águas do mar não apresentam as mesmas temperaturas em toda a sua extensão a temperatura das águas oceânicas vária com a latitude e com a profundidade, resultando dessa variação três estratos definidos:

  • Estrato superficial;
  • Estrato de descontinuidade térmica gradual;
  • Estrato do fundo.

Densidade

A densidade das águas oceânicas e dos mares depende das grandes medidas da temperatura e salinidade. Para uma determinada temperatura, a densidade será tanto maior quanto maior for a salinidade.

As aguas frias e altamente salinas são mais densas que as aguas quentes e das baixas salinidades.

Propriedades químicas da água salinidade

As características das águas oceânicas e dos mares são determinadas pela sua composição química.

A salinidade é a característica mais comum, a água tem media de 359/litro de sais, mas, alem do sal, estão dissolvidos varias substancias e elementos químicos.

Nos oceanos estão concentrados 60 elementos do quadro periódico e grande parte destes elementos estão combinados em forma de sais, cloretos, barómetros, sulfatos, carbonatos havendo vestígios de ouro e urânio para além de gases dissolvidos, particularmente o hidrogénio e o oxigénio.

Dinâmica das águas dos mares e dos oceanos

As águas dos mares não são estáticas. Possuem uma dinâmica que compreende movimentos diversos sob a forma de ondas, marés e correntes marítimas.

Ondas

As ondas são porções de água que alternadamente se elevam e descem na superfície dos oceanos, a maior pare das ondas é produzido pela acção dos ventos, mas existem também ondas provocadas por vulcões e maremotos que atingem dimensões gigantescas e são designadas ondas Tstunami.

Elementos da onda a crista, a cava, a amplitude, o período, a velocidade e a inclinação.

Tipos de onda

  • Ondas de oscilação;
  • Ondas de transição;
  • Ondas solitárias.

Principais oceanos e mares

  • Oceano Pacífico;
  • Oceano Atlântico;
  • Oceano Indico;
  • Oceano Antárctico;
  • Mar Glaciar Árctico;
  • Mar Mediterrâneo;
  • Mar de Bering;
  • Mar do Japão;
  • Mar da Irlanda;
  • Mar das Antilhas.

Importância da hidrosfera

  • Abastecimento industrial – uso da água para fins industriais, inclusive geração de energia;
  • Preservação da flora e da fauna uso da água destinada a manter abiota natural dos ecossistemas aquáticos;
  • A água dos oceanos, rios, lagos e outros espaços participam no ciclo hidrológico;
  • Recreação – uso da agua que representa uma actividade física exercida pelo homem na agua, como diversão.

Medidas de defesa e conservação da hidrosfera

Para a conservação da hidrosfera é necessário:

  • Evitar o derrame de produtos tóxicos no mar;
  • Evitar o depósito de lixo industrial nos rios;
  • Evitar o abandono de barcos velhos;
  • Reduzir o abate das florestas pois está contribuem para a conservação da humanidade na terra e para a formação de chuvas.

Bibliografia

Brandão, José, M. geologia 12º ano, 1ª edição, Texto Editora, 1991.