Comércio ilícito:

É o comércio ilegal que surge como consequência da resistência dos traficantes à abolição do comércio de escravo, que em muitos dos casos contava com a ajuda de muitos chefes africanos, vendendo o seu próprio povo em troca de míseras coisas.

Com a abolição da escravatura essa actividade por ser considerada ilegal passou-se a realizar de maneira clandestina com a abertura de novos portos de embarque de escravos em Benguela e Moçamêdes.

Em contra partida no Brasil também é decretada uma lei em protesto do tráfico negreiro por Eusébio de Queiroz a 4 de Setembro de 1850, na qual esta lei mandava encerrar todos os portos brasileiros abertos ao comércio de escravos e mandava apreender todos os navios que fossem encontrados com escravos.

Com todas essas leis e decretos proibindo o tráfico de escravo, alguns traficantes viram-se na necessidade de mudarem de actividade económica, virando-se assim no comércio agrícola, caça, cultivo do algodão, café, tabaco, amendoim, óleo de palma, borracha, marfim, etc.

Comercio lícito:  

Chamamos a este comércio de comércio legal, permitido ou mesmo aprovado.

O comércio lícito influenciou de uma forma positiva para o crescente desenvolvimento da colónia de Angola em vários âmbitos tais como:

  • Desenvolvimento das navegações a vapor ao longo do rio kwanza;
  • Desenvolvimento dos transportes;
  • Activação das antigas rotas feitas pelas caravanas comerciais do interior para o litoral (permitindo o controle das terras férteis);
  • Eliminação dos intermediários africanos;
  • Com do desenvolvimento da agricultura surge a construção das linhas férria
  • – Caminho – de – ferro de Luanda (1914);
  • – Caminho – de – ferro de Benguela (1903 – 1929);
  • – Caminho – de – ferro de Moçâmedes (1905 – 1961).

1 – Contexto Histórico da Abolição do Tráfico de Escravo Negros

Um dos maiores genocídios que o mundo presenciou se não mesmo o maior da humanidade foi o tráfico de escravo negro, tendo durado 500 anos, como até hoje é conhecido.

A abolição do tráfico de escravo não foi feita por motivos filantrópicos, pena e amor aos africanos, pese embora existiram movimentos contra este mal a que os africanos estavam sujeitos, mais o verdadeiro motivo foram interesses económicos devido a revolução industrial que se desenvolvia na Europa.

Para uma melhor compreensão vamos abordar os seguintes factos:

Séc. XV – intercâmbio entre as várias regiões do mundo (Comércio Triangular); surgimento das grandes organizações europeias para o tráfico de escravos (as companhias comerciais).

Segunda metade do séc. XVI – com a produção crescente da cana – de – açúcar houve a necessidade de mais escravos, não só no Brasil como em toda América.

Séc. XVII – com a diversificação na produção exigia a crescente procura da mão – de – obra barata.

Nos finais do séc. XIX e princípio do séc. XX – Surge o Imperialismo que é a fase mais avançada do capitalismo; a produção aumenta e consequentemente a densidade populacional; acumulação do capital em alguns países da Europa; aparecimento da burguesia comercial na Europa; crescimento das indústrias e a necessidade de mercado para a venda dos seus produtos; exploração dos africanos com os produtos industrializados da Europa.

Causas da abolição do tráfico de escravos em Angola

Existiram dois motivos ou razoes para a abolição do tráfico de escravo:

Razoes humanitárias

O séc. XVIII é considerado como o século das luzes, com o surgimento de uma nova corrente ideológica que vai iluminar a consciência da humanidade fazendo com que estes tenham o poder da razão e do raciocínio. Alguns filósofos europeus como: Kant, Jean-Jacques Rousseau, Jonh Locke, Voltaire, Montesquieu, etc., estes defendiam o poder pela razão e pelo progresso. Estes também procuravam instruir os homens defendendo a ignorância social, o desequilibro social assim como o abuso do poder. Com isso o sofrimento dos escravos negros começou a ser motivo de atenção dos intelectuais europeus, originando assim o surgimento de movimentos abolicionistas ao tráfico negreiro.

Surge na Inglaterra os Quakers defendendo a abolição da escravatura já desde 1671, reclamações estas que não deram em nada.

Apareceram também movimentos religiosos contra o tráfico negreiro, os Metodistas. Nos meados do séc. XVIII os intelectuais britânicos começaram a manifestarem – se contra a desumana prática (Wilberfoce). O ano de 1771 é proibido o tráfico negreiro na Inglaterra. Alguns papas criticaram a escravatura negreiro, mais nada fizeram para por fim.

O séc. XIX, com o despontar económico e politico em alguns países da Europa, surge motivos ou razões para a abolição definitiva da escravatura negra.

Razões económicas

Nos finais do séc. XVIII, a Inglaterra dá o pontapé ao processo da «Revolução Industrial» pois que, as máquinas vão tornar desnecessário o elevado número de escravos, existindo assim fortes motivos para a abolição do tráfico de escravo.

Obs: Estudarem a independência das 13 colónias na América.

A Inglaterra com o progresso na Industrialização, houve um aumento significativo na produção, tendo assim a necessidade de mercados permanentes para o escoamento dos seus produtos industrializados. A Inglaterra desejosa de se tornar um império em toda Europa como também em África.

Podemos concluir que as razões económicas e a perda das 13 colónias foram os motivos para a abolição do tráfico de escravo em 1807 em todos os territórios britânicas.