Na perspectiva política, a Negritude é tomada como reacção à rigorosa tentativa de assimilação do poder da colonização francesa. Em sua análise, Jean P. Sartre diz que em si mesma, a negritude não é um objectivo final, mas um meio para a afirmação da humanidade negra. Edward Blyden reagindo à leitura que Sartre faz da Negritude, diz que para cada um dos seres humanos existe um dever a cumprir, um trabalho necessário e importante para a raça a qual pertence.

A Negritude surge no meio negro americano sob diversas formas e variados nomes:
- Regresso à África de Marcus Garvey;
- Desenvolvimento segregado de Booker Washington;
- Renascimento Negro de Willian Du Bois.

Etienne Lero orienta um grupo de estudantes que edita a revista Légitime Défense; Aimé Cesaire escreve Cahier d’un Retour au Pays Natal, que é considerado o hino da Negritude.

De acordo com os seus objectivos e a sua evolução na história, a negritude significou:
- Sofrimento e revolta – enquanto preconiza o desafio do processo de resistência, bem como a questão da identidade. Assim, procura restituir à África o orgulho do seu passado, procura afirmar o valor das suas culturas, procura rejeitar a assimilação que sufoca a sua personalidade. Alem disso, também se pode resumir em identidade, fidelidade e solidariedade.
- Política e independência nacional – enquanto as suas manifestações artístico-culturais representam um acto político na luta pela conquista da independência dos povos negros sob a dominação colonial e neo-colonial.
- Cultura e humanismo – enquanto preconiza o repúdio ao ódio e busca de soluções através do diálogo com as outras culturas, o negro não pode ter a intenção de isolar-se do resto do mundo.
- Revolução socialista – enquanto privilegia a via socialista como o regime político viável para as novas nações independentes da África, facto que se revelou um autêntico fracasso devido à sua transposição do Ocidente para África.
- Motor de desenvolvimento humanitário – a negritude é um convite à mudança gradual e consciente das atitudes do africano de modo a imprimir uma nova dinâmica de pensamento. É preciso reconhecer que o problema reside, em parte, em nós próprios, os africanos, pelo que nada vale a política acusatória do colonialismo.

Impõe-se à negritude o dever de buscar na reflexão objectiva o discurso filosófico político capaz de apresentar um novo desafio em busca da africanidade, onde a exaltação da condição de ser negro actue como uma possibilidade de o negro encontrar-se consigo mesmo, de se valorizar e de se impor para ser valorizado por outras comunidades.

Os mentores dessa corrente sao: Leon Damas, Leopold Senghor, Aime Cesaire. A negritude em Africa contou com a lideranca de Leopold Senghor.

fonte: palmepedro