Epicurismo

É uma doutrina filosófica, que prega a procura de prazeres moderados para atingir um estado de tranquilidade e de libertação do medo, com a ausência de sofrimento corporal pelo conhecimento de funcionamento do mundo e da limitação dos desejos.

Este sistema foi fundado por Epicuro em Atenas por volta do ano 307 a. C. que durou até ao século V d. C., tendo sido retomada no século XVI por Gassendi, entre outros. Epicuro nasceu em Samos em 341 e morreu em Atenas em 271 a. C.

O epicurismo estava sobretudo preocupado com a vivência prática – a vida comunitária e a prática da virtude. O ponto central em torno do qual todos os outros se ordenam é a ética; neste âmbito Epicuro defendia que o homem deve procurar a felicidade.

A felicidade é um momento durável de satisfação onde o indivíduo se sente plenamente feliz e realizado, um momento onde não há nenhum tipo de sofrimento. Ela é formada por diversas emoções e sentimentos que pode ser por um motivo específico, como um sonho realizado, um desejo atendendo ou até mesmo, pessoas que são conhecidas por estarem sempre felizes e de bom humor onde não é necessário nenhum motivo para eles estarem em estado de felicidade.

A busca da felicidade culminaria num estado tal que o homem se tornaria livre, independente das sujeições ao mundo, aos seus sofrimentos e, sobretudo, aos medos que o dominam irracionalmente, como seja o medo à morte.

O prazer é o equivalente à ausência de dor, sendo, portanto, esse o objectivo supremo do homem. A dor física é a mais fácil de eliminar, pois normalmente, pensava Epicuro, tem pouca duração; já a dor moral ou espiritual é mais difícil de dominar, pois está enraizada no homem e nem sempre se lhe conhecem as causas. É aqui que entra a sua teoria do conhecimento, pois para conhecer as causas do sofrimento moral ou espiritual há que procurar a verdade e deixar para trás as opiniões falsas. É neste sentido que Epicuro procura explicar que as percepções materiais ou espirituais, são sempre verdadeiras, o juízo que formamos acerca delas é que pode não ser.

Ética cristã

Ética cristã é a ciência que trata das origens, dos princípios e das políticas do que é certo e do que é errado á luz das santas escrituras em adição á luz da razão e da natureza.

É definida também como os princípios que são derivados da fé cristã e pelos quais agimos.

Enquanto a palavra de Deus talvez não cobre cada situação que temos que encarar em nossas vidas, seus princípios nos dão aos padrões pelos quais devemos agir nas situações explícitas.

Exemplo: A bíblia não diz nada directamente sobre o uso ilegal de drogas, no entanto, baseado nos princípios que aprendemos nas escrituras, podemos saber que é errado.

Tarefas da ética Crista

Essa ética tem duas funções nomeadamente: Definir o supremo bem; declarar os princípios de acção necessários para sem alcançados essa meta.

Na ética filosófica a busca pelo supremo Bem, tais como: prazer, felicidade, poder e cumprimento do dever sem segundas intenções e realizações próprias.

A revolução bíblica com a ética filosófica estabeleceu a vontade de Deus com a meta ética do amor.

  • Por meio da exegese, o eticista determina as regras e o propósito da vontade para o ser humano.
  • As normas da ética podem ser usadas em decisões actuais, porem com muito cuidado aos diversos insights (filosóficos, históricos e científicos)
  • A ética crista e bifocal, busca na bíblia norma s e princípios de conduta. Nas outras disciplinas busca dados baseados em factos para uma acção inteligente

Objetivos da ética crista

  • Alguns elementos limitam a espera da ética crista ao indivíduo e não a sociedade.
  • Outros preocupam se com os problemas sociais, negligenciando as necessidades espirituais, reduzindo o cristianismo a um programa social.

Esse foi o erro da teologia liberal norte americana do final do sec 19 e o inicio do 20 segundo a qual o reino de Deus tendia a identificar se com a perpetuidade do homem e com o progresso social.

E artificial a divisão do evangelho em evangelho social e individual.

Fundamentos da ética cristã

Para os cristãos evangélicos, os fundamentos da ética não estão na cultura ou nas leis de um povo, nem na autoridade da igreja, mas na vontade de deus.

Um viver ético, na conceituação evangélica é um viver de santidade conforme o carácter de Deus. A fonte da ética cristã é o carácter de Deus pois o homem é imagem e semelhança do seu criador. A conduta moral dos filhos de Deus nos seus relacionamentos reproduz os atributos morais de Deus:

  • A justiça, o amor, a bondade, a verdade, a pureza (ausência de qualquer contaminação moral).

Jesus Cristo é a encarnação perfeita do mais perfeito conceito da ética que ele revelou em todos seus ministérios, cujo ápice está na cruz do gólgata.

Segundo ISALTINO GOMES COELHO (S/D), a base da ética cristã é o ensinamento de Jesus, este já podemos verificar. É o primeiro mestre que apresenta seus ensinos de maneira bem ordenada. A igreja deve apresentar para os seus membros uma ética baseada nos ensinos de Jesus.

Santo Agostinho (354-430)

Santo Agostinho fundamentou a moral cristã, com elementos filosóficos da filosofia clássica. O objectivo da moral é ajudar os seres humanos a serem felizes, mas a felicidade suprema consiste num encontro amoroso do homem com Deus, só através da graça de deus poderemos ser verdadeiramente felizes.

Este teólogo, narra factos e pensamentos, mostra se inicialmente seduzido pelo maniqueísmo “doutrina que se funda em princípios opostos, bem absoluto (Deus) e o mal absoluto (Diabo). Ele se afasta do pensamento maniqueísta através da contacto com o pensamento platónico e sua conversão ao cristianismo. Para ele é infeliz o homem que conhece as coisas, mas desconhece o pai criador das coisas, pois assim sendo ele na verdade nada conhece. Podemos perceber em Agostinho que a ética como ciência dos actos morais mostra-se ligada ao pensamento cristã.

O cristianismo reflecte as condições necessárias para que as pessoas possam viver em consonância uma com as outras, em uma sociedade devota (religiosa) e feliz. Alias essa felicidade “primeiro principio da ética”, pois a felicidade que se fala não é do ser individual, mas sim do ser em comunidade, pois assim prega o cristianismo – só pode ser alcançada se as virtudes dos homens não forem propensas aos pecados carnais capitais e qualquer tipo de virtude que possa ser, pecar contra Deus. Aqui a ética cristã mostra se como um fio condutor nas questões que possam ser pertinentes com relação ao que se possa perceber ser erros humanos.

 Santo Agostinho mostra nas confissões, que a ética não está separada a penas aos caminhos da felicidade, mas como parte da resolução do problema sobre a origem do mal, pois se Deus existe, é bom e criador de tudo que há no mundo.

Com as ideias do S. Agostinho subentende se que o mal não pode ser outra coisa a não ser a privação do bem, desta forma o homem desde a sua origem, tende-se a afastar das verdades e da bondade divina para seguir caminhos que o levem a um bem próprio (individual).

O homem esta propenso ao bem como esta propenso ao mel, assim sendo, segundo os princípios da ética cristã, propostos por S. Agostinho, a única via á felicidade é a busca de Deus.

São Tomas de Aquino (1225 – 1274)

Foi um padre dominicano, filósofo e teólogo distinto expoente da escolástica, proclamado santo e cognominado Doutor Angélicos pela igreja católica.

Segundo este teólogo a ética consiste em agir de acordo com a natureza racional. Todo o homem é dotado de “livre-arbítrio” orientado pela consciência e tem uma capacidade inata da captar, intuitivamente os dilemas da ordem moral.

O primeiro postulado da ordem moral é fazer o bem e evitar o mal. Há uma lei divina, revelado por Deus aos Homens, que consiste nos dez mandamentos, “lei eterna, que é o plano racional de Deus que ordena todo universo”, e uma lei natural que é conceituada como a participação da lei eterna na criatura racional, ou seja, aquilo que o homem é levado a fazer pela sua natureza racional.

Para ele a justiça consiste na disposição constante da vontade em dar cada o que é seu, e classifica se como, comutativo (justiça presente na relações sociais de troca, sendo que a partes devem dar e receber numa proporção matemática), distributivo (aquela que decorre dos princípios de direito natural, estando estes descritos ou não na lei; é a justiça pura, verdadeira e independente da lei) e legal (aquela que ordena suficientemente o homem com suas relações com outrem: enquanto ao bem comum, imediatamente e enquanto ao bem de uma única pessoa singular).

Pensamento de S. Tomas de Aquino

Partindo de um conceito Aristotélico, Aquino desenvolveu uma concepção helimórfica do ser humano, definindo o ser humano como uma unidade formada por dois elementos distintos:

  • A matéria-prima (potencialidade) e a forma substancial (o principio realizado).

Esses dois princípios se unem na realidade do corpo e da alma no ser humano, assim sendo na ausência desses dois ninguém existiria.

A concepção helimórfica é coerente á crença segundo a qual Jesus Cristo, como salvador de toda humanidade, e ao mesmo tempo plenamente humano e plenamente divino. Seu poder salvador está directamente relacionado com a unidade no homem ou na mulher, do corpo e da alma.

Para Aquino, o conceito helimófico do homem, implica a humanização posterior, que ele professava firmemente.

Uma vez que corpo e alma se unem para formar um ser humano, não pode existir alma humana em corpo que ainda não é plenamente humano. O feto em desenvolvimento não tem a forma substancial da pessoa humana.

Tomas de Aquino aceitou a ideia Aristotélica de que primeiro o feto é dotado de uma alma vegetal, depois, de alma animal, em seguida, quando o corpo já se desenvolve, de uma alma racional. Cada uma dessas almas é integrada á alma que sucede até que ocorra enfim a união definitiva alma-corpo.

Segundo suas próprias palavras Aquino afirma que: “ A alma vegetativa, que vê primeiro, quando o embrião vive como planta, corrompe se e é sucedida por uma alma mais perfeita, que é ao mesmo tempo nutritiva e sensitiva, quando o embrião vive uma vida animal, quando ela se corrompe, é sucedida pela alma racional induzido do exterior. Já que a alma se une ao corpo como sua forma, ela não se une a um corpo que não seja aquele do qual ela é propriamente o ato. A alma é agora o ato de um corpo orgânico.

Karl Marx (1818-1883)

Karl Marx foi um dos grandes pensadores Éticos da idade moderna, na qual o pensamento ético passou a ser ligado á religião, e á interpretação da bíblia e á teologia.

 Karl Marx, desenvolveu uma nova visão do mundo e da história humana, que veio substituir a da religião: a moral revolucionária. A moral revolucionária foi muito influenciada pela tradição ética cristã.

O pensamento de Karl Marx é o exemplo perfeito da total submissão da ética á política e á economia. Para Marx A história é o produto da luta de classes e a luta de classes é vista como o motor da história. A história evolui, acompanhando a evolução da luta de classes. Nesta vertente Marx entendia o ser humano como social ao mesmo tempo histórico, objectivo e subjectivo, capaz de criar e de interferir na realidade e transformá-la á sua medida. Nesse processo, ele não só construa o seu mundo concreto, como também a sua fundamentação valorativa.

Ao longo dos estudos de Marx, afirma ele que A religião e a moral fazem parte da super estrutura e estão sempre ao serviço da classe dominante. Constituem, no dizer de Marx, as grandes fontes geradoras da alienação dos cidadãos: “a função da religião é uma função de classe, é dar aos proprietários (ricos) uma justificação para a legitimidade do seu domínio sobre os proletários, e é dar aos proletários (pobres) uma ilusão sobre as condições da sua vida, pois assim eles alienam-se através da religião, projectando para um futuro distante – o paraíso depois da morte – o bem-estar e a felicidade a que têm direito em vida neste mundo.

Segundo este filósofo, numa sociedade sem classes não há lugar para a religião pela simples razão de que a religião só é precisa para manter e justificar as desigualdades sociais e a alienação. Desta forma a moral exerce uma função de protecção do modo de produção e das estruturas de classes em cada tipo de sociedade: cada tipo de produção gera determinadas ideias e sentimentos sobre o bem e o mal.

Karl Marx considera que a ética, como qualquer outra componente da superstrutura, e condicionada e detrminada pelo modo de produção dominante. Em conformidade defende que “não é a consciência dos homens que determinam a sua natureza, mas, pelo contrário, é a sua natureza social que determina a sua consciência”.

Immanuel Kant (1724-1804)

Na ética kantiana, a ciência consiste no dever pelo dever, o que é difícil de compreender em outras abordagens éticas. De acordo com Kant aspirar ao bem é egoísmo, e o egoísmo não pode fundamentar os valores morais. Esta teoria ganha particular expressão com o seu imperativo categórico, com o qual determina a moralidade dos actos. Essa lei fundamental assegura a sua universalidade pelo seu carácter formal e não se faz depender de qualquer fim concreto o empírico. Kant enunciou se deste modo: ”age de tal modo que a máxima da tua vontade possa valer sempre ao mesmo tempo como princípio de uma legislação universal”.

Devido a sua universalidade, as regras consideram o agir como baseado no puro dever, constituindo se numa ética pura que não dita conteúdos mas normas formais não se deixando contaminar pelo empirismo nem por exigências exteriores.

É uma ética autónoma, visto que o imperativo não pode ser exterior á própria vontade nem se deixar contaminar por motivos extrínsecos.

A autonomia de agir leva a que Kant, reconheça direitos universais tais como: a liberdade de expressão, a liberdade da escolha, o direito á privacidade ou a liberdade de consciência e como tal é inaceitável a instrumentalização do homem, entendendo-o como meio.

 

Referencias bibliográficas

  1. epicurismo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-03-10].
    Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$epicurismo>.
  2. JOSÉ VENTURA disponível em: http://www.slideshare.net/venturaneto/tica-crist-slides. [Consult.16-03-2012].
  3. Agostinho “confissões” São Paulo ed.nova cultura. 1999(colecção aos pensadores)
  4. ISALTINO GOMES COELHO, disponível em http://utmbb.org.br/mr?p%3d414. [Consult.17-03-2012].
  5. http://www.gotquestions.org/portugues/etica-crista.html. [Consult.14-03-2012]