Nos finais do século, Dilthey interessa-se em procurar o fundamento das ciências do espírito e este fundamento será a hermenêutica. As ciências do espírito são entendidas como todas as humanidades, todas as disciplinas que interpretam as expressões da vida interior do homem. Com isso, a pretensão de Dilthey era de apresentar métodos que tornassem possível alcançar uma interpretação objectivamente valida dessas expressões da vida interior do homem.

Os estudos hermenêuticos de Dilthey implicam uma ruptura com as técnicas de interpretação dogmática  para se elevar ao significado universal de um "Organon" histórico.  

A génese que a hermenêutica ganha com os estudos de Dilthey e com o desenvolvimento moderno da historiografia revela uma acepcao do "círculo hermenêutico". Portanto, o círculo hermenêutico desenha-se de seguinte maneira: o contexto histórico universal é o todo, a partir do qual se pode compreender a parte, que é cada elemento individual em seu sentido, de modo inverso o círculo dá-se.

Numa analogia que Palmer faz: enquanto que a Crítica de Razão Pura de Kant quer colocar os fundamentos epistemológicos das ciências , Dilthey faz uma Critica da Razão Histórica para colocar os fundamentos epistemológicos das humanidades.

Em Dilthey, os estudos das humanidades e os das ciências ditas da natureza apresentam uma diferença essencial. Está diferença não  tem que ver com o tipo de objecto que ambas estudam, a diferença de ambos está no contexto dentro do qual o objecto percepcionado é compreendido. Os estudos humanísticos usam por vezes mesmo objecto do das ciências naturais, apenas se diferenciando por incluir a experiência interna, o que nas ciências naturais não é característico .Portanto, o que difere não é o modo especial de conhecer, mas os conteúdos. 

Na defesa às humanidades, está subjacente que a sua metodologia deve ser a compreensão, que tencionando a plenitude da vida, supere e ou transcenda o modo objectivo-reducionista explicativo das ciências da natureza. A consequência disso é que a hermenêutica não se alinha pela explicação naturalista e sim pela intuição psicológica. Assim, toda a ciência do espírito pressupõe a capacidade de se transpor na vida psíquica de outrem.

Portanto, em Dilthey, é uma hermenêutica que permanece , essencialmente, na psicologia, pois, vida à interpretação daquele que se expressa no texto e não daquilo que diz o texto ; por outro lado, o objecto da hermenêutica não é o texto, mas para o vivido que nele se exprime.