Por: Merisse


Apesar de Moçambique e do mundo estarem fortemente preocupados com a insegurança da saúde pública, causada pela pandemia do novo coronavírus, problemas como o terrorismo, hostilidades militares e raptos, despertam atenção a sociedade de que o maior problema que o país tem neste momento, é a questão de insegurança pública. A segurança é um dos grandes papéis do estado. A ausência da segurança, pressupõe a decadência do próprio estado.

Terrorismo


O terrorismo constitui o maior problema que o país enfrenta. Constitui uma ameaça a integridade territorial e de cariz internacional. Já provocou 40 mil deslocados e mais de 100 mortos oficialmente conhecidos.

Na província de Cabo Delgado, que é o actual principal palco, tem ocorrido decapitações de cidadãos na presença de crianças, mulheres e outras pessoas sensíveis. Pessoas morrem nos barcos durante o refúgio. Pessoas nascem em mangais e passam a vida na incerteza.
Em todo o mundo, há mais de 100 grupos terroristas e cada grupo tem um foco. O maior objetivo de grupos terroristas é a implantação de estados islâmicos e desinstabilizar o poder da Europa sobre o mundo. Não há na história, um exemplo de algum país que já negociou a paz com os grupos terroristas. Não falam. Apenas podem ser vendidos militarmente e em colaboração com a comunidade internacional.

Estão presentes em todo o mundo, incluindo naqueles países que historicamente são considerados como poderosos em termos militares. Da mesma forma como as organizações internacionais legais aumentam, os grupos terroristas também aumentam, o que significa que caso o mundo não leve em conta de forma responsável, ou o mundo será dividido em duas partes (estados islâmicos e estados não islâmicos) ou o mundo será formado por estados islâmicos.

Hostilidades militares


Depois dos 10 anos de luta armada de liberação nacional, Moçambique ficou independentemente. A independência foi neste caso confundida com o fim da guerra. Dois anos após a independência, formou-se a RENAMO. Em curto tempo, a RENAMO provocou uma guerra que durou cerca de 16 anos. O fim desta guerra, marcou a implementação da democracia multipartidária. Nesta época, a democracia foi igualmente confundida com o fim da guerra.

Contrariamente, depois dos acordos da paz com a RENAMO, em cada período eleitoral haviam hostilidades militares. Desde as primeiras eleições até as últimas, as guerras nunca pararam. A RENAMO foi um partido armado desde a sua fundação até hoje. A vida do principal líder, Afonso Dhlakama, ocorreu nas matas da Gorongosa, onde ordenava a matança dos moçambicanos sempre que achasse necessário.

Com o presidente Nyusi, como de sempre, Dhlakama negociou a paz, um projecto que não se efetivou ele em vida, mas através do seu sucessor Ossufo Momade. Com a assinatura do acordo da paz, o processo DDR avançou. Infelizmente, dentro da RENAMO, surge Mariano Nhongo como líder da junta militar em protesto a eleição de Ossufo Momade como presidente da RENAMO.
O resultado da junta militar continua a ser como desde a muito tempo a RENAMO fez: parar na estrada nacional número um e começar a matar pessoas, destruir carros, roubar e fazer todo o mal. Até ao presente momento a junta militar já causou 4 mil deslocados e já matou pessoas. Não se sabe se há vontade política de neutralizar Mariano Nhongo ou há incapacidade militar para tal.

Raptos


Os raptos atingiram o seu pico de 2012 até 2014. Em 2013 houve manifestações em todo o país contra o rapto. Como resultados, os raptos reduziram durante uma década. Em 2018, o rapto aumentou e obrigou a PGR abrir cerca de 14 processos-crime, 2019, 15 processos, e em 2020, já são 9 processos-crime.

As vítimas são geralmente empresários e seus familiares e albinos. Geralmente muitos casos de raptos não são esclarecidos por alegada envolvimento de agentes de segurança neste tipo de crimes. Outra razão é ausência de meios tecnológicos qualificados para esclarecimento de casos.
O rapto é um crime organizado e muitas das vezes ocorre com colaboração de grandes entidades porque os raptores usam sistema financeiro, telecomunicações e abrigo. Nestes lugares é possível conhecer todos esquemas de raptores. As províncias mais críticas são: Maputo, Sofala e Manica. Para caso de albinos a motivação é tradicional. Pensa-se que os albinos são meios de produção de riquezas. Felizmente este tipo de raptos quase que terminaram.

As consequências de raptos são: desemprego, dado que muitos empresários que operam em Moçambique são de capitais estrangeiras e que podem abandonar o país devido a insegurança; descredibilização do país no ranking dos países passíveis de investir; redução do investimento externo e; ameaça a democracia. Portanto fica mais claro que a segurança constitui grande desafio para o país.