A resistência africana deve ser vista a partir do momento da chegada dos europeus a África, no entanto alguns historiadores preferem apontar o século XVIII como o período de início das resistências, quando os africanos resistiram a implantação dos sistemas de monoculturas, a intensificação do tráfico de escravos, entre outros. Neste período, os europeus moldavam as economias africanas de acordo com seus interesses, por isso considera-se que esta é a teoria económica das resistências. Esta teoria defende que os africanos resistiram por razoes económicas, uma vez que os povos africanos não queriam perder o controlo dos seus recursos.

Deste modo a resistência pode ser definida como a reação dos povos africanos contra o processo de ocupação efectiva dos seus territórios, onde a explicação das razoes desta resistência é apresentada de diferentes formas pelos historiadores ao longo dos tempos.

As causas da resistência Africana

As causas da resistência podem ser agrupadas em duas correntes:

Eurocentrista (defensores do colonialismo) – onde defendem que os povos africanos estavam satisfeitos com a dominação colonial, pois esta era a única forma de alcançarem plenamente os benefícios da civilização ocidental europeia, tais como: o fim da escravatura, a educação ocidental, meios de transporte e comunicação modernos, entre outros.

A resistência a ocupação era vista pelos eurocentristas como um acto desesperado de um pequeno grupo de africanos, ou sobre o efeito de poderes mágicos, acreditavam que as resistências estavam voltadas ao fracasso;

Africanista (defensores da soberania africana) – historiadores como Walter Rodney e Jacob Ajayi defendem os povos africanos porque aperceberam se de que estavam a perder o direito de se autogovernar e a sua soberania. Esta percepção está visível nas afirmações de alguns líderes africanos tais como: Machemba (chefe yao do norte de Moçambique), Macombe Hanga (chefe do bairro do centro de Moçambique).

Em todo caso é preciso salientar que a resistência africana foi generalizada em todo continente africano tendo sido desencadeada tanto pelos estados tanto pelas sociedades sem estados. Na maioria dos casos foi o exemplo mais significativo de resistência devido a accao de guerrilha com um forte apoio popular, em que o conceito de soberania é redefinido como a luta contra a opressão colonial, neste contexto os povos unem se contra o opressor comum independentemente da etnia, religião, ou unidade política a que pertence. Alguns dos principais líderes africanos como Hendrik Wittboi e Maherero, mostraram em declarações proferidas diante da ameaça europeia, a sua determinação para defender a soberania dos seus povos.