Uma série de três conflitos (primeira, segunda e terceira guerra) deflagrados entre romanos e cartagineses pela hegemonia do Mediterrâneo que duraram mais de cem anos ( entre 264 a 146 a.C) e tiveram como desfecho, a destruição da cidade de Cartago e a submissão do território cartaginês em província romana.

A expansão romana

Após a revolta dos patrícios, que levou à deposição do rei Tarquínio e a fundação da República em 509 a.C., Roma gradativamente ampliou seu território até o início do século III a.C., quando começou a esbarrar nos interesses comerciais de Cartago.

Nesta época a cidade de Cartago era a maior controladora do comércio do Mediterrâneo, transportando e comercializando a maioria dos produtos de toda a região. Pelo seu parentesco com as cidades fenícias da costa palestina, Cartago também comercializava os produtos vindos do oriente e do Egito. Enfim, os cartagineses eram os maiores comerciantes da região. Eles tinham entrepostos comerciais,  cidades dependentes ou aliados espalhados por todo o Mediterrâneo, o que facilitava muito o domínio comercial.

Os romanos, apesar de já possuírem uma certa influência e alianças na costa mediterrânea, não estavam satisfeitos com as limitações impostas pelo domínio dos cartagineses na ilha da Sicília, e aproveitaram o início de um conflito para empreender a Primeira Guerra Púnica com o intuito de tomar o domínio completo na ilha.

A Primeira Guerra Púnica

Em 288 a.C. os (mercenários que já haviam lutado ao lado de Siracusa contra Cartago) resolveram tomar a cidade de Messina, na Sicília, que na época fazia parte do reino de Siracusa. Para manter uma relativa paz, os mamertinos estreitaram seus laços comerciais com Roma e Cartago.

Quando o rei Hierão II chegou ao trono de Siracusa, decidiu retomar o controlo de Messina e sitiou a cidade. Os mamertinos então pediram ajuda a Roma e a Cartago. Os cartagineses chegaram primeiro, reforçando as defesas de Messina, mas os romanos viram aí uma oportunidade de expulsar os cartagineses  e suas influências comerciais  definitivamente da Sicília.

Deslocando um considerável contingente de tropas a partir de 264 a.C., os romanos participaram de diversas batalhas navais que forçaram a submissão de Hierão II. Sem saída, o rei de Siracusa estabeleceu uma aliança com Roma. As tropas cartaginesas, resistiram por um tempo mas não conseguiram manter o controlo da Sicília.

Com a vitória os romanos exigiram uma série de indenizações dos cartagineses e passaram a controlar as ilhas de Córsega, Sardenha e Sicília. Para não perder muito espaço comercial no Mediterrâneo, os cartagineses iniciaram um movimento de conquista estratégico que pode ser considerado o estopim da Segunda Guerra Púnica.