Nova Historia é mas bem conhecido na França como La nouvelle historie, que era designada título de uma colecção de ensaios editada pelo renomado medievalista francês Jacques Le Goff. Também auxiliou na edição de uma edição de uma colecção de ensaios de três volumes acerca de novos problemas, novas abordagens e novos objectos. História nova é uma história produzida na França e é uma história associada à chamada Ècole dês Annales, agrupada em torno da revista Annales: économies, societés, civilisations.

A nouvelle historie é uma definição categórica não é fácil, o movimento está unido apenas naquilo a que se opõe, e as paginas que se seguem irão demonstrar a verdade das novas abordagens. É por isso difícil apresentar mais que uma descrição vaga, caracterizando a nova história como história total ou história estrutural.

A nova história é a história escrita como uma reacção deliberada contra o paradigma tradicional, aquele termo útil, embora impreciso, posto em circulação pelo historiador de ciência americano Thomas Khun. Será conveniente descrever este paradigma tradicional como “historia rankeana”. Também poderíamos chamar este paradigma de a visão do senso comum da história, não para enaltece-lo, mas para assinalar que ele tem sido com frequência, com muita frequência, é considerado a maneira de se fazer historia, ao invés de ser percebido como uma dentre varias abordagens possíveis do passado. Em prol da simplicidade e da clareza, o contraste entre a antiga e a nova história pode ser resumido em seis pontos a seguir:

  • No primeiro ponto, de acordo com o paradigma tradicional, a história diz respeito essencialmente à política. História é a politica passada e política é a história presente. A politica foi admitida para ser essencialmente relacionada ao Estado, ou era mais nacional e internacional, do que regional. A nova história começou a se interessar por virtualmente toda a actividade humana, neste caso tudo tem uma história ou seja, tudo tem um passado que pode em princípio ser reconstruído e relacionado ao restante do passado. O relativismo cultural aqui implícito merece ser enfatizado. A fase filosófica da história é a ideia de que a realidade é social ou culturalmente constituída. O compartilhar dessa ideia, ou sua suposição, por muitos historiadores sociais e antropólogos sociais ajuda a explicar a recente convergência entre essas duas disciplinas, citadas mas de uma vez nas paginas que se seguem. Este relativismo por sua vez, destrói a tradicional distinção entre o que é central e o que é periférico na história;
  • No segundo ponto, os historiadores tradicionais pensam na história como essencialmente uma narrativa dos acontecimentos, ao passo que a nova história está preocupada com analise das estruturas.

O que realmente importa são as mudanças económicas e sociais de longo prazo e as mudanças geo-históricas de muito longo prazo. Embora actualmente tenha sugerido alguma reacção contra este ponto de vista e os acontecimentos não sejam mais tão facilmente rejeitados quando costumavam ser, a história das estruturas de vários tipos continua a ser considerada muito seriamente.

  • No terceiro ponto, a história tradicional oferece uma visão de cima, no sentido de que tem sempre se concentrado nos grandes feitos dos homens, estadistas, generais ou ocasionalmente eclesiásticos. Ao resto da humanidade foi destinado um papel secundário no drama da história. A existência dessa regra é revelada pelas reacções a sua transgressão. Portanto, vários historiadores estão preocupados com a história vista de baixo ou as opiniões das pessoas comuns e com sua experiencia da mudança social. A história da cultura popular tem recebido bastante atenção;
  • No quarto ponto, a história tradicional a história deveria ser baseada em documentos. Umas das grandes contribuições de Ranke foram sua exposição das limitações das fontes narrativas, vamos chama-las de crónicas, em sua ênfase na necessidade de basear a história escrita em registos oficiais, emanados do governo e preservados em arquivos. O preço dessa contribuição foi a negligência de outros tipos de evidências. O período anterior à invenção da escrita foi posto de lado como “pré-historia”. Entretanto, o movimento da história da “história vista de baixo” por sua vez expos as limitações desse tipo de documento. Os registos oficiais em geral expressam o ponto de vista oficial. Para reconstituir as atitudes dos hereges e dos rebeldes, tais registos necessitam ser suplementados por outros tipos de fonte. Os historiadores estão mais preocupados que seus antecessores com uma maior variedade de actividades humanas, devem examinar uma maior variedade de evidência;
  • No quinto ponto, o paradigma tradicional, segundo Collingwood, quando um historiador pergunta “por que Brutus apunhalou César?” ele quer dizer “o que Brutus pensou, o que fez com que ele decidisse apunhalar César?”. Este modelo de explicação histórica foi criticado por historiadores mais recentes em vários campos, com frequência preocupados, tanto com os movimentos colectivos, quanto com as acções individuais, tanto com as tendências, quanto com os acontecimentos;
  • No sexto e último ponto, o paradigma tradicional, a História é objectiva. A tarefa do historiador é apresentar aos eleitores os factos. Sua modesta rejeição das intenções filosóficas foi interpretada pela posteridade como um presunçoso manifesto à história sem tendências viciosas. Portanto, no contexto geral este ideal é considerado irrealista. Por mas que lutemos arduamente para evitar os preconceitos associados a cor, credo, classe ou sexo, não podemos evitar olhar o passado de um ponto de vista particular. O relativismo cultural obviamente se aplica, tanto à própria escrita da história, quando a seus chamados objectos.

Quando se deu a nova a nova história?

A nova história é às vezes utilizada para os desenvolvimentos ocorridos nos anos 70 e 80, período em que a reacção contra o paradigma tradicional tornou-se mundial, envolvendo historiadores do Japão, da Índia, da América Latina e de vários outros lugares. No entanto, muitas mudanças ocorridas na escrita da história nestas duas décadas são parte de uma tendência mais antiga.

Para muitas pessoas, a nova história está ligada a Lucien Febvre e a Marc Bloch, que fundaram a revista Annales em 1929 para divulgar sua abordagem, e na geração seguinte, a Fernand Braudel. Na verdade seria difícil negar a importância do movimento para a renovação da história, liderado por esses homens. A história centralizada nos acontecimentos, foi inventada nessa ocasião, uma geração antes da época de Braudel, Bloch e Febvre. A nova história tem uma história própria. O primeiro uso da expressão por mim conhecido data de 1912, quando o estudioso americano James Robinson publicou um livro com este título.

A nova história vai servir-se de todas aquelas descobertas que estão sendo feitas sobre a humanidade pelos antropólogos, economistas, psicólogos e sociólogos.

Este movimento para uma nova história não foi bem sucedido nos Estados Unidos, na época, mas o entusiasmo americano mais recente pelos Annales torna-se mais inteligível, se recordamos essa experiencia local.

Problemas de definição

O objectivo deste presente volume não é celebrar a nova história, mas sim estabelecer seus tipos fortes e fracos. Este movimento de mudanças surgiu a partir de uma percepção difundida da inadequação do paradigma tradicional. Por sua vez, esta percepção da inadequação só pode ser compreendida, se olharmos alem do âmbito do historiador, para as mudanças.

Alguns aspectos que caracteriza a historia nova

  • O ensino centra se no aluno considerado um participante activo;
  • Os alunos são responsabilizados pela construção do saber;
  • O professor explica os objectivos do programa aos seus alunos assume uma atitude de coordenação dos trabalhos sendo um facilitador da aprendizagem;
  • O ritmo de cada aluno é respeitado sempre que possível a atitude do professor estimula o aluno a ganhar autoconfiança;
  • O professor não centra as estratégias em si e procura diversificá-las utilizando os recursos mais adequados na aula;
  • O processo de avaliação é entendido com a maior naturalidade e acontece regularmente;
  • O professor não se assume como um juiz do mérito dos alunos, avaliando através de pré-requisitos;
  • O professor procura diminuir ou mesmo a competição desenfreada, diversificando as estratégias, definindo os campos de observação e fomentando a cooperação;
  • O professor tenta perseguir um equilíbrio entre as componentes cognitivas afectivas e psicomotor.