A história de Moçambique encontra-se documentada pelo menos a partir do século X, quando um estudioso viajante árabe, Al-Masudi descreveu uma importante actividade comercial entre as nações da região do Golfo Pérsico e os negros da região de  Sofala, que incluía grande parte da costa norte e centro de Moçambique.

Os primeiros habitantes de Moçambique foram provavelmente os Khoisan, que eram caçadores e recolectores. Há cerca de dez mil anos a costa de Moçambique já tinha o perfil aproximado do que apresenta hoje em dia: uma costa baixa, cortada por planícies de aluvião e parcialmente separada do Oceano Índico por um cordão de dunas. Esta configuração confere à região uma grande fertilidade, ostentando ainda hoje grandes extensões de savana onde abundam animais indígenas, condições essenciais para a fixação de povos caçadores-recolectores e até de agricultores.

Nos séculos I a IV, a região começou a ser invadida pelos Bantu, que eram agricultores e já dominavam o ferro. A base da economia dos Bantu era a agricultura, principalmente de cereais locais, como a mapira (sorgo) e a mexoeira, a olaria, tecelagem e metalurgia encontravam-se é um estagio bem desenvolvida, mas naquela época a manufactura destinava-se a suprir as necessidades familiares e o comércio era inato, isto é, fazia-se troca directa. Por essa razão, a estrutura social era bastante simples, baseada na “família alargada” (ou linhagem) à qual era reconhecido um chefe.

Apesar da sociedade moçambicana ter se tornado muito mais complexa, muitas das regras tradicionais de organização ainda se encontram baseadas na “linhagem”.

Entre os séculos IX e XIII começaram a fixar-se na costa oriental de África populações oriundas da região do Golfo Pérsico, que era naquele tempo um importante centro comercial. Estes povos fundaram entrepostos na costa africana e muitos geógrafos daquela época referiram-se a um activo comércio com as “terras de Sofala”, incluindo a troca de tecidos da Índia por ferro, ouro e outros metais.

De facto, o ferro era tão importante que se pensa que as “aspas” de ferro – em forma de X, com cerca de 30 cm de comprimento, que formam abundantes achados arqueológicos nesta região, eram utilizadas como moeda. Mais tarde, aparentemente esta “moeda” foi substituída por outra: tubos de penas de aves cheias de ouro em pó, os meticais cujo nome deu origem à actual moeda de Moçambique.

Com o crescimento demográfico, novas invasões e principalmente com a chegada dos mercadores, a estrutura política tornou-se mais complexa, com linhagens dominando outras e finalmente, formando-se verdadeiros estados na região. Um dos mais importantes foi o primeiro estado do Zimbabué.