É a designação dada à redução da quantidade de radiação direta global na superfície terrestre, observada ao longo de várias décadas após o início de medições sistemáticas na década de 1950.
Quem e como descobriu?
Em 1985, o pesquisador geográfico Atsumu Ohmura, do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, descobriu que os níveis de radiação solar haviam caído mais de 10% em três décadas.
Ohmura foi o primeiro cientista a publicar um estudo sobre o “escurecimento global”, em 1989. Claro, foi totalmente ignorado pela comunidade científica que andava se preocupando com o inverso, o aquecimento global.
Farquhar utilizou um método completamente diferente para confirmar as conclusões do cientista. Estudos e mais estudos usando uma panela de metal cheia de água mostraram que as taxas de evaporação têm caído nos últimos anos. Este era um dos maiores mistérios da ciência climática, uma vez que, já constatado o aquecimento da Terra, esperava-se um aumento na taxa de evaporação.
Quando Farquhar comparou estes dados com os do escurecimento global, eles bateram perfeitamente. A redução na evaporação era causada pela menor quantidade de água que brilhava na superfície aquática.
Foi então que os cientistas climáticos acordaram para o problema e começaram a tomar nota, apesar de alguns ainda se recusarem a aceitar, acusando a falta de precisão do equipamento de registo dos dados. De 1960 a 1980, o escurecimento foi grande o suficiente para contrabalancear o aumento induzido dos gases do efeito estufa e diminuir as grandes ondas de radiação.
Causas do escurecimento global.
Pensa-se que tenha sido causado pelo um aumento da quantidade de aerossóis atmosféricos, como o carbono negro, devido a emissões antropogénicas. Este efeito variava com a localização, mas estudos apontam para que a nível mundial a redução ocorrida foi da ordem dos 4% entre 1960 e 1990. Esta tendência inverteu-se na década de 1990. O escurecimento global interfere com o ciclo hidrológico por via da redução da evaporação e pode ter estado na origem de secas ocorridas em várias regiões.
O escurecimento global ficou provavelmente a dever-se ao aumento do número de partículas de aerossóis na atmosfera terrestre, resultado da acção do Homem.
A lista de causas prováveis relacionadas ao escurecimento global é extensa, porém inconclusiva e com efeitos regionais. Cientistas apontam como agravantes do escurecimento global os gases produzidos por aviões devido ao fluxo constante de tráfego aéreo; as cinzas provenientes de erupções vulcânicas; tempestades de pó de grandes dimensões, resultantes de furacões e ciclones; o uso de aerossóis e a queima de combustíveis fósseis, entre outras causas.
De acordo com estimativas feitas com base em dados de satélite a quantidade de aerossóis capazes de bloquear a luz solar diminuiu em todo o mundo (linha vermelha) desde a erupção do Pinatubo em 1991. Créditos: Michael Mishchenko, NASA
Esta mudança de tendência de “escurecimento global” para uma de “clareamento global”, aconteceu assim que os níveis de aerossóis na atmosfera começaram a baixar
Ohmura diz que as imagens de satélite das nuvens sugerem que o céu se tornou ligeiramente mais limpo desde o início da década de 90 e isto vem sendo acompanhado por uma abrupta subida de temperatura. Ambos os fatos podem indicar que o escurecimento global está diminuindo, e isto pode estar ligado à redução geral da poluição atmosférica, através do declínio da indústria pesada em partes do mundo nos anos recentes.
Também é possível que o escurecimento global não seja inteiramente causado pela poluição atmosférica. “Eu não acredito que os aerossóis sozinhos poderiam causar tanto escurecimento global”, diz Farquhar.
Até as mais pessimistas previsões de aquecimento global precisariam de uma revisão dramática, pois com um aumento de 10º C nas temperaturas em 2100 em jogo, daria ao Reino Unido um clima como o da África do Norte, e deixaria muitas partes do planeta desabitadas.
Publicado por: Paula Scheidt, Carbono Brasil com informações da BBC Brasil.
A principal causa do escurecimento global é a contaminação presente no nosso planeta e que é causada pelas actividades humanas.
A presença de partículas de aerossóis na atmosfera é, basicamente, a responsável da destruição da atmosfera do nosso planeta. Estas partículas, como os aerossóis absorvem a luz do sol e imediatamente a devolvem em direcção ao espaço. Estas partículas são núcleos nas nuvens.
O aumento da taxa de contaminação, também aumenta o número de partículas em forma de gotas. E as gotas dão lugar a nuvens que são transparentes e reflectem a luz solar para o espaço. As gotas mais pequenas são as responsáveis na redução da quantidade de chuva.
O efeito de escurecimento global
O efeito de escurecimento varia enormemente de local para local na superfície da Terra, mas algumas estimativas para os valores na superfície são:
- 5.3% (9 W/m²); no período 1958-85 (Stanhill and Moreshet, 1992)
- 2% por década no período 1964-93 (Gilgen et al, 1998)
- 2.7% por década (20 W/m² no total); até 2000 (Stanhill and Cohen, 2001)
- 4% no período 1961–90 (Liepert, 2002)
Estes valores referem-se à superfície terrestre não sendo uma média global. Desconhece-se se ocorreu escurecimento (ou clareamento) sobre os oceanos apesar de uma medição específica ter medido os efeitos do escurecimento a aproximadamente 650 km da Índia sobre o Oceano Índico em direcção às Maldivas.
O aumento da poluição acarreta a produção de maiores quantidades de particulados o que dá origem à formação de nuvens com um maior número de pequenas gotículas (seja a mesma quantidade de água encontra-se dispersa num maior número de gotículas). As gotículas menores tornam as nuvens mais reflectoras, aumentando assim a quantidade de luz solar que é reflectida de volta para o espaço e diminuindo aquela que atinge a superfície terrestre.
Por outro lado, o escurecimento global cria um efeito de arrefecimento que poderá ter mascarado parcialmente os efeitos dos gases do efeito estufa no processo de aquecimento global.
O efeito de estufa é um processo que ocorre quando uma parte da radiação solar reflectida pela superfície terrestre é absorvida por determinados gases presentes na atmosfera, retendo o calor em vez de ser libertado da atmosfera, causando o aumento da temperatura da mesma. O efeito de estufa dentro de uma determinada faixa é de vital importância pois, sem ele, a vida como a conhecemos não poderia existir, contudo variações bruscas causam alterações drásticas, reduzindo a capacidade de adaptação do sistema ecológico.
As forças aparentemente opostas do aquecimento e escurecimento globais podem ocorrer ao mesmo tempo. O escurecimento global interage com o aquecimento global ao bloquear a luz solar que de outro modo produziria evaporação, seguida da ligação de particulados às gotículas de água. O vapor de água é um dos gases do efeito de estufa. Por outro lado, o escurecimento global é afectado pela evaporação e pela chuva. A chuva tem a capacidade de limpar céus poluídos.
Consequências do escurecimento global
Há sugestões de que o escurecimento está por detrás das secas da África subsaariana, o que acabou com milhares de vidas nos anos 70 e 80. Hoje se suspeita que a mesma coisa esteja acontecendo na Ásia, casa para mais da metade da população mundial.
“O escurecimento global está causando um impacto destrutivo às monções asiáticas estimado em bilhões de pessoas”, diz o professor de ciências climáticas e atmosféricas.
O mais alarmante é que os cientistas podem ter subestimado o verdadeiro poder do efeito estufa. Eles sabem quanta energia extra tem sido mantida na atmosfera terrestre em função do dióxido de carbono que emitimos. A conclusão para muitos era de que o clima atual é menos sensível ao efeito do dióxido de carbono (CO2) na era do gelo, quando um aumentou – se similar de CO2 levaria a um aumento de 6º C.
Mas agora parece que o aquecimento dos gases do efeito estufa foi neutralizado por um forte efeito de resfriamento causado pelo escurecimento – na verdade um ou dois poluentes teriam cancelado um ao outro. Isto significa que o clima na verdade é mais sensível ao efeito estufa que se pensava anteriormente.
Se assim for, então temos más notícias, de acordo com (Peter Cox), um dos modelares climáticos líderes do mundo. Do jeito que as coisas andam, os níveis de CO2 são projetados para crescer fortemente nas próximas décadas, enquanto existem fortes sinais de que as partículas poluentes têm sido controladas.
Situação crítica do escurecimento global
Se não forem feitos esforços para controlar o escurecimento global e o aquecimento global, as possibilidades de acontecerem mais problemas ambientais e desastres naturais irão aumentar substancialmente.
O aquecimento global não estará a mais do que 30 anos de distância com todos os problemas daí decorrentes.
O nível do mar também irá aumentar devido ao desaparecimento do gelo na Gronelândia.
O risco de queimaduras também aumentará devido ao rápido desaparecimento da selva tropical e do consequente aumento das quantidades de dióxido de carbono. Nos próximos 10 anos a temperatura poderá aumentar imenso, destruindo grande parte da cobertura vegetal.
Surpreendem que esta energia extra até agora resultou em um aumento de apenas 0.6ºC.
Referencias Bibliograficas
Recuperado em (sites a baixo) do dia:15 de setembro de 2015, pela 10:00min.
http://www.hortaviva.com.br/midiateca/bg_artigos/msg_ler.asp?ID_MSG=153
http://www.eco21.com.br/textos/textos.asp?ID=2541
http://www.sobrenatural.org/materia/detalhar/4522/global_dimming_escurecimento_global/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escurecimento_global#Causas_e_efeitos
Paula Scheidt, CarbonoBrasil com informações da BBC Brasil