Originalmente, a palavra turismo nasceu da realização de viagens, que ocorriam por puro prazer, por distracção, para aprender e aumentar os conhecimentos ou pela curiosidade, recusando-se a inclusão no turismo de viagens com outros fins: as viagens turísticas eram aquelas que se enquadravam-se nas noções de tempo livre e de ociosidade com outras. O turismo consiste nas viagens por mero prazer, que se fazem com fim exclusivo de gozar os encantos dos países que se visitam.
O turismo deriva da noção do tempo livre que é o tempo não consagrado ao trabalho e que é um fenómeno sócio económico historicamente diferenciado tendo uma relação directa com os lazeres.
Existem três formas de lazer:
O lazer é encarado como tempo livre ou não obrigatório
O lazer como actividade á parte das obrigações tais como o trabalho ou a família, e, a terceira, segundo a qual o lazer é considerado com um uso subjectivo, um estado mental ou uma condição definida pelos indivíduos como lazer.
Lazer é uma actividade a qual as pessoas se entregam livremente, fora das suas necessidades e obrigações profissionais, familiares e sociais, para se descontrair, divertir, aumentar os seus conhecimentos e a sua espontânea participação social, livre exercício e capacidade criativa.
O tempo de lazer não significa inacção e, em regra, é um tempo de ocupação com actividades de livre escolha dos indivíduos tendo por objectivo restaurar o bem-estar físico e psicológico, favorecer o desenvolvimento pessoal e enriquecer o potencial intelectual (ONU 1988).
O Recreio é definido como o conjunto de actividades que as pessoas desenvolvem livremente de uma forma positiva e agradável durante o lazer, incluindo as participações activas e passivas em desporto, cultura, educação informal, entretenimento, diversões, visitas e viagens.
As preocupações de definir o turismo surge nos finais do século XIX, é nos princípios do século XX que se iniciam as primeiras reflexões sobre este fenómeno e, provavelmente a primeira definição de turismo, pelo menos numa perspectiva holística, do Herman Von Schullern Schrattenhofen, estabelecida em 1910, segundo o qual:
O Turismo é o conjunto de todos os fenómenos, em primeiro lugar de ordem económica, que se produzem pela chegada, a permanência e a partida de viajantes numa comuna província ou um estado determinado e que estão ligados entre eles.
Em 1945 Hunziker e krapef encontram uma definição que merece aceitação dos peritos do turismo membros da Association Internationale dês Experts Scientifiques du Tourisme (AIEST).
Turismo é o conjunto das relações e fenómenos originados pela deslocação e permanência de pessoas fora do seu local habitual de residência, desde que tais deslocações e permanências não sejam utilizadas para o exercício de uma actividade lucrativa principal, permanente ou temporária.
Turismo é o movimento temporário de pessoas para destinos fora de seus locais normais de trabalho e de residência, as actividades desenvolvidas durante a permanência nesses destinos e as facilidades criadas para satisfazer as suas necessidades.
Segundo, Organização Mundial de Turismo (1991) Turismo compreende as actividades desenvolvidas por indivíduos (visitantes) no decurso das suas viagens e estadias em locais situadas fora do seu ambiente habitual por um período consecutivo que não ultrapassem ano para fins recreativos, de negócios e outros.
Alguns autores preferem abordar o conceito do turismo segundo a procura, e por outro lado segundo a oferta.
Do ponto de vista da procura o turismo resulta da deslocação temporária de pessoas para lugares fora do seu habitual, com objectivos diferentes de obter uma remuneração, e de todas as actividades que aí desenvolvem e experiencias que se obtêm.
O turismo é, assim, uma transferência espacial do poder de compra originada pela deslocação de pessoas: os rendimentos obtidos nas áreas de residência são transferidos pelas pessoas que se deslocam para outros locais aonde procedem á aquisição de bens e serviços.
Do ponto de vista da oferta, o turismo pode ser encarado como todo o conjunto de lugares, organizações, empresas, profissões, e relações que se combinam para satisfazer as necessidades decorrentes das viagens temporárias.
Da conjugação da abordagem do turismo do ponto de vista da procura e da oferta resultam os seguintes elementos caracterizadores:
- Deslocação de pessoas para fora do seu ambiente habitual;
- Permanência temporária por períodos mais ou menos curtos mas nunca superiores a um ano.
- Motivo da deslocação diferente da obtenção da remuneração;
- Ausência de relações douradoras com os locais visitados;
- Lugares (destinos) Pela existência de elementos tangíveis (mar, neve, monumentos) ou intangíveis (paisagens, atmosfera do lugar; modos de vida) que atraem as pessoas;
- Nascimento de actividades diferentes das que são exigidas pelos residentes;
- Efeitos económicos, sociais e culturais novos.
Bibliografia:
Cunha, Licinio , Economia e Política de turismo, Lisboa, Editorial Verbo, 2003