Breve Historial do Surgimento da FAO

A FAO foi fundada em 16 de Outubro de 1945, em Quebeque, Canadá. Em 1951, sua sede foi transferida para Roma, por iniciativa do governo italiano, que teria investido quatro milhões de dólares na construção da nova sede. Em 2000, tinha 181 membros (180 países e a União Europeia).

FAO, sigla do inglês (Food and Agriculture Organization) é uma organização das Nações Unidas cujo objectivo é aumentar a capacidade da comunidade internacional para de forma eficaz e coordenada, promover o suporte adequado e sustentável para a segurança alimentar e nutrição global. Para isso, a FAO realiza programas de melhoria da eficiência na produção, elaboração, comercialização e distribuição de alimentos e produtos agro-pecuários, além de projectos que contribuam para a redução da pobreza rural e o crescimento económico global.

A FAO promove investimentos, conhecimento e informação na agricultura e áreas relacionadas, além de contribuir para o aperfeiçoamento da produção agrícola e da criação de gado e a transferência de tecnologia aos países em desenvolvimento. Também fomenta a conservação dos recursos naturais, estimulando o desenvolvimento da pesca, piscicultura, a protecção dos ecossistemas florestais e as fontes de energia renováveis

Principais actividades da FAO

Desenvolver assistência para países subdesenvolvidos e desenvolvidos;Promover o conhecimento e a informação sobre nutrição, alimentação, agricultura, silvicultura e pesca, e assuntos correlatos;Aconselhamento a governosServir como um fórum neutro para discutir e formular políticas nos principais assuntos relacionados com a agricultura e a alimentação.

Objetivos de classificação dos solos

  • Organizar os conhecimentos, contribuindo para a economia;
  • Salientar e entender relações entre indivíduos e classe da população que esta sendo classificada;
  • Apresentar novas relações e princípios dentro da população que está sendo classificada.

Estabelecer grupos ou subdivisões de objectos sobre estudo, de maneira útil para propósitos práticos aplicados em predizer o comportamento, identificar os melhores usos, estimar a produtividade e possibilitar a extrapolação dos resultados de pesquisa.

Solo – é a superfície inconsolidada que recobre as rochas e matem a vida animal e vegetal da Terra. É constituído de camadas que rem pela natureza física, mineralógica e biológica, que se desenvolvem com o tempo sob a influência do clima e da própria actividade biológica.

Critérios de Classificação dos solos segundo o Sistema FAO – UNESCO

Classificação dos solos é o arranjo sistemático de solos em grupos ou categorias com base nas suas características. O agrupamento geral é feito com base nas características gerais e as subdivisões com base em características específicas. Por serem muito numerosos, os solos necessitam de um sistema hierárquico de categorias múltiplas para serem classificados.

Dada a multiplicidade de combinação possíveis quanto a natureza de clima, organismos do solo, característica da rocha mãe, formas de relevo e tempo de acção dos primeiros factores, o solo pode apresentar características e propriedades variadas. Assim sendo, há uma enorme variedade de solos, oferecendo grande variedade de condições para a vida vegetal. Para a ordenação e sistematização de conhecimentos sobre os solos, torna-se indispensável a sua classificação.

Existem vários sistemas de classificação dos solos, de carácter nacional, o que torna complexo a comparação dos solos de diferentes Países.

Em 1974, a FAO – UNESCO, publicou um mapa mundial de solos na escala de 1 para 5.000.000 (um para cinco milhões), de acordo com um sistema que ficou conhecido como Sistema FAO de classificação de solos.

Em 1988, foi publicada uma legenda-revista deste mapa (FAO – UNESCO – ISRIC, 1988).

Nesse sistema, os solos são classificados de acordo com níveis taxonómicos, em que o mais elevado contém 28 unidades principais, depois subdivididas em mais de (100) cem unidades-solo.

Classes dos Solos

VARENNES (2003) classifica os solos da seguinte maneira:

i)  Acrissolos – solos de regiões tropicais e subtropicais, ácidos com horizonte B enriquecidos com argila com baixo teor, normalmente apresentam a cor vermelha;

ii) Alissolos: solos de regiões tropicais e subtropicais húmidas, ácidos com elevado teor de alumínio solúvel;

iii) Andossolos – solos de regiões vulcânicas, ricos em vidros vulcânicos, com superfície escura, baixa densidade aparente e argila dominada por alofana e imogolite;

São solos recentes, ricos em matéria orgânica, com estrutura granulosa e baixa densidade aparente, alta capacidade de retenção de agua e fáceis de mobilizar;

São muito férteis, embora absorvam grandes quantidades de fosforo devido à presença de argilas amorfas.

iv) Antrossolos – solos modificados pela acção do homem, são derivados de vários tipos de rocha mãe, mas modificados pela mobilização profunda ou adição de fertilizantes;

v) Arenossolos – solos arenosos, de cor clara formadas a partir do material rico em quartzo ou de áreas em dunas e praias, são muito pobres em matéria orgânica e pouco férteis. São os solos dos desertos do Sahara, Médio Oriente e grande parte de Austrália;

Tem estrutura grosseira, são muito pobres em matéria orgânica e pouco férteis.

vi) Calcissolos – solos de regiões áridas e semi-áridas com elevado teor de carbonato de cálcio;

vii) Cambissolos – solos recentes, derivados de matérias transportados de outros locais pela aigua, vento, ou gravidade, caracterizado terem sofrido pouca eluviação;

Ocupam praticamente toda a região do Alto Douro e Beira Alta, e ainda parte da estremadura e Alto Alentejo.

viii) Castanozemes – solos  de estepe (pradaria) com superfície castanha escura, ricos em matéria orgânica, muitas vezes formado a partir de loess;

ix) Chermozenes – solos de estepes (pradaria) com superfície escura e alto teor de húmus;

x) Faeozemes – solos de estepe (pradaria) com superfície escura, ricos em matéria orgânica derivado de material básico;

xi) Ferralsolos – solos amarelados ou avermelhados de regiões tropicais e subtropicais húmidas, muito meteorizados e ricos em hidróxido de alumínio e óxidos e oxi-hidroxidos de ferro. Estes frequentemente são designados de solos ferralíticos;

A vegetação natural é de floresta tropical, sendo frequentemente sujeitos a agricultura itinerante. São resistentes à compactação e erosão, facilmente mobilizados e com boa drenagem

xii) Fluvissolos – solos recentes de aluvião;

xiii) Gipsissolos – solos de regiões áridas e semi-áridas, ricos em sulfato de cálcio;

xiv) Gleissolos – solos com horizontes reduzidos (glei) devido ao alargamento;

São caracterizados por terem em excesso da água pelo menos durante alguns períodos do ano, a falta do oxigénio leva à redução do Magnésio (Mg) e Ferro (Fe) por microrganismos aneioróbios, que originam a cor acinzentada característica dos horizontes glei.

xv) Greizemes – solos de estepes (pradaria) com superfície escura e acinzentada, ricos em quartzo e matéria orgânica, com horizonte “E” e horizonte “B” ricos em argila;

xvi) Histossolos – solos orgânicos formados sob condições de alargamento prolongado. A maior parte de Histossolos está localizada nas regiões boreais;

Formam-se em regiões pantanosas, são escuros, com densidades aparentes muito baixas. Estes solos são muito férteis quando drenados, sendo usados para a produção de hortícolas e flores, contudo, as condições de aerobiose resultantes da drenagem levam a perda gradual da matéria orgânica que contêm, uma taxa que chega a atingir 5 cm de profundidade por ano, não sendo um sistema de agricultura sustentável.

xvii) Leptossolos – solos delgados sob rochas, materiais altamente calcários ou impermes;

Em geral, são solos muito intemperizados, profundos e de boa drenagem. Caracterizam-se por grande homogeneidade de características ao longo do perfil, mineralogia da fracção argila predominantemente caulinítica ou caulinítica-oxídica.

xviii) Lixissolos – solos de regiões tropicais húmidas, sujeitos à intensa eluviação e acumulação de argilas em horizontes profundos;

xix) Luvissolos – solos de florestas húmidas e prados, com eluviação de argila, com teor de bases médio ou alto para o horizonte “B”, mas sem horizonte “E”;

Geralmente, apresentam razoável diferenciação entre os horizontes superficiais e os subsuperficiais. A mineralogia das argilas condiciona certo fendilhamento em alguns perfis nos períodos secos. São, moderadamente, ácidos a ligeiramente alcalinos e presença expressiva de argilominerais do tipo 2:1.

xx) Nitissolos – solos de regiões tropicais e subtropicais húmidas, vermelhos e escuros com argila de baixa capacidade de troca catiónica nos horizontes “B” que são muitos espessos.

Trata-se de uma ordem recém-criada, caracterizada pela presença de um horizonte B nítico, que é um horizonte subsuperficial com moderado ou forte desenvolvimento estrutural do tipo prismas ou blocos e com a superfície dos agregados reluzentes, relacionadas à cerosidade ou superfícies de compressão.

xxi) Planossolos – solos de florestas húmidas e prados, com contacto abrupto entre horizontes A e B. Horizonte B de baixa permeabilidade e com alagamento periódico.

São solos minerais, imperfeitamente ou mal drenados, com horizonte superficial ou subsuperficial eluvial, de textura mais leve (arenosa) que contrasta abruptamente com o horizonte B, imediatamente subjacente, adensado e geralmente com acentuada concentração de argila;

xxii) Plintossolos – solos de regiões tropicais e subtropicais, ricos em argila que endurecem quando expostas ao ar.

São solos minerais, formados sob condição de restrição à percolação de água, sujeitos ao efeito temporário de excesso de humidade;

xxiii) Podzois – solo de florestas húmidas e prados arenosos e ácidos, com horizontes de eluviação claro e acumulação de ferro, alumínio ou húmus no horizonte B;

São resíduos pobres em Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg), ácidos, e de lenta decomposição. A elevada precipitação causa a lixiviação das bases e a eluviação do húmus, minerais argilosos e hidróxidos de alumínio e óxidos e oxi-hidroxidos de ferro, que se vão acumular no horizonte B.

xxiv) Pedzoluvissolos – solos de florestas húmidas e prados, com horizontes eluviação penetrando no horizonte B em forma de “línguas”. O horizonte B tem maior acumulação de argila;

xxv) Regossolos – solos pouco desenvolvidos de material fino não consolidados;

Se caracterizam por ser solos profundos, ainda que em inicio de formação arenosa, e, portanto com drenagem excessiva.

xxvi) Solonchaques – solos de regiões áridas e semiáridas com acumulação de sais solúveis.

Se encontram em regiões áridas ou semiáridas, permanentemente ou estacionalmente inundadas. A vegetação é herbácea com frequente domínio de plantas halófilas em ocasiões aparece em zonas de regadio com um manejo inadequado.

xxvii) Solonétz – solos de regiões áridas e semiáridas, com muito sólido no horizonte B;

xxviii) Vertissolos – solos escuros, ricos em esmectites, com tendência de abrir fendas nas épocas secas. São normalmente escuros, mas não são usualmente muito ricos em matéria orgânica. Formam se de rocha-mãe, ricas em Cálcio e Magnésio. São solos difíceis de cultivar, porque são adesivos e plásticos quando húmidos e muito duros quando secos, são susceptíveis de degradação física e erosão tendo de ser geridos com práticas que conduzam a conservação dos solos, são designados barros na classificação portuguesa.

Mapa do Sistema FAO

A sociedade internacional da ciência do solo, em 1960, recomendou à publicação da legenda do mapa de solos do mundo na escala 1:5.000.000, para representar os solos do globo terrestre como referencial

Importância da Classificação dos solos

A diversidade e a enorme diferença de comportamento apresentada pelos diversos solos perante as solitações de interesse de engenharia levaram ao seu natural agrupamento em conjuntos destintos, aos quais podem ser atribuídas algumas propriedades. Desta tendência racional de organização de experiências acumuladas surgiram os sistemas de classificação dos solos. Os objectivos da classificação dos solos sob ponto de vista de engenharia é o de poder estimar o provável comportamento do solo ou pelo menos de orientar o programa de investigação necessário para permitir adequada análise de um problema.

Qualquer sistema cria grupos definidos por limites numéricos descontínuos enquanto os solos apresentam características progressivamente variáveis. Existem diversas formas de classificar os solos como pela sua origem, evolução, presença ou não de matéria orgânica, estrutura pelo preenchimento de vazios.

Bibliografia

BARROS, Omar neto Fernandes. Pequena história pedológica. 1979CERQUEIRA, Joaquim M. C. Solos e clima em Portugal 2ª edição, Lisboa clássica Editora 2001EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de solos, Rio de Janeiro, RJ. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília:https://consejonutricion.wordpress.com/2014/09/28/hambre/mapa-fao cessado no dia 24 de Outubro de 2017 as 08:43 PMOMBE, Zacarias Alexandre, et. Al. Geografia dos solos: Dicionários dos principais Conceitos. Maputo, Diname, Editora da UP, 2007VARENNES, Amarilles. Produtividade dos solos e ambiente. Lisboa Editora Escolar, 2003.