No início do desenvolvimento humano os instrumentos que dispunha para atender as necessidades mais prementes de sua existência eram construídos com galhos de árvore, ossos, pedras brutas e trabalhadas, dentes, chifres, todos estes materiais obtidos a partir da natureza.
É provável que uma das transformações químicas realizadas pelo homem, embora não intencional, esteja associada ao uso do fogo, utilizado no fornecimento de calor e luz, e no cozimento de alimentos. O homem primitivo não surpreendeu-se em observar que em decorrência da acção do fogo, a madeira se transformava em cinzas, a areia tomava a forma de vidro ao ser resfriada e o barro se tornava mais resistente. A partir disso deve ter resultado o domínio do surgimento das técnicas de fabricação da cerâmica. No que tange ao uso de metais para a produção de utensílios, por técnicas primitivas como o martelamento, provavelmente se iniciou com aqueles metais encontrados em forma pura na natureza, como o ouro e cobre.(idem)
Consideram-se dois grandes momentos marcantes e importantes no desenvolvimento das ciências:
A sociedade primitiva (5000-4000 a.n.e) e a antiguidade onde se inclui a ciência das civilizações do antigo oriente nomeadamente: Egipto, Mesopotâmia, Fenícia, Israel, Índia e china (3000 a 600 a.n.e) e a ciência na antiga sociedade de classes das civilizações do mundo Grego-romano (ciência helenística e romana 600 a.n.e a 600 n.e);
A ciência das civilizações da idade média, onde se inclui a ciência América pré-colombiana, do árabe, da Índia medieval, do império bizantinico, do mundo eslavo, do mundo hebraico mediaval e do ocidente mediaval cristão.
- A sociedade primitiva caracteriza-se pela propriedade social dos meios de produção, onde era importante a produção de alimentos, vestes, habitação, bem como o fabrico de meios produção com as quais era possível trabalhar sobre a natureza, modificando-a de tal modo que fosse possível satisfazerem se das necessidades de subsistência da sociedade.
- O homem deve ter observado que o aquecimento da mistura de certas rochas com o carvão das fogueiras levava à fusão, permitindo o isolamento e obtenção de materiais hoje identificados como chumbo e cobre, dando origem às operações metalúrgicas. Sabe-se hoje que as rochas empregadas inicialmente pelo homem eram minerais, constituídos principalmente por óxidos metálicos. Depois, a observação e a experimentação levaram á incorporação dos sulfetos metálicos como fonte dos metais, como no caso do chumbo, obtido a partir de seu sulfeto, mineral conhecido como galena. Posteriormente surgiu as duas principais fases, divididas por um acontecimento de extrema importância: o aparecimento da agricultura- a primeira fase cobre o período da antiga idade da pedra (paleolítico), cuja economia se baseava na recolecção de alimentos e na caça. A segunda fase inclui o período da agricultura aldeã primitiva (neolítico) essa fase alguns países é considerada como sendo a idade do bronze, e finalmente o das cidades independentes, que viviam no comercio (idade do ferro).
A química na sociedade esclavagista
A ciência e a arte sofreram um desenvolvimento novo a partir dos anos 600 a.n.e particularmente nas regiões de oeste do mar Mediterrâneo, pelo surgimento do campesinato como base para o desenvolvimento económico. Já que o trabalho pesado era executado por escravos, criou-se a possibilidade de surgirem outras forças culturais. Assim desenvolvem-se mais e mais áreas como a literatura, as línguas, as ciências politicas, a filosofia e a matemática.
Com a agricultura surgiram os latifúndios nos quais eram empregues milhares de escravos. Entre tanto, os artesões expandiram a sua produção de tal modo que, com este desenvolvimento se tornou necessário introduzir a moeda por volta de 270 a.n.e. .Com a introdução da moeda, desenvolveu-se o imposto estável e privada, que conduziu ao fortalecimento dos banqueiros e mercadores. No século I, a circulação da moeda atingiu o seu ponto mais alto. Os comerciantes faziam a troca com os seus chefes uma vez que eles queriam ser ensinados a técnica da caça. Foi possível a partir desta sociedade o aparecimento de escravos, estes escravos eram submetidos a trabalhos pesados, foi a partir dai que apareceu os poetas depois disso expressavam a sua dor nas pedras pois escrevia nelas, em seguida apareceram os artistas, estes apareceram para interpretar o que os escravos não conseguia falar pois escrevia nas árvores cada dor que sentiam a cada dia que se passava.(idem).
Uma vez mandados pelos seus chefes quase sempre passaram a ser melhores em relação ao seus chefes. Depois do homem saber que já existe a escrita, tentou escrever em muitos livros, símbolos, técnicas durante a extracção do ferro pela produção da moeda, poderia ser produzida através dos metais, dai postaram nos metais. Começaram a escrever em vários livros e submeteram ao Museion, onde existia uma biblioteca com cerca de 70000 obras. Museion contribuiu também para o desenvolvimento da química (no período da decadência do império.
As primeiras falsificações da moeda apareceram porque muitos haviam contraído dividas. Depois disso o imperador Dikletino quando descobriu que existia obras que tinham informações de como falsificar a moeda disse que mandaria queimar todos os livros que contivessem informações sobre as transformações químicas, para impedir a prática da falsificação da moeda, tendo ainda introduzido a pena de morte por incineração a vivo, contra todos aqueles que praticassem a falsificação da moeda.
A química no feudalismo: Ásia e europa (cerca de 600 a 1500 n.e)
No século da nossa era ocorreram mudanças no modo de produção com o surgimento do feudalismo. A formação sócio-económica do feudalismo caracteriza-se pela propriedade privada dos meios de produção. Institucionalmente ligada à privatização da terra e ao direito de o proprietário determinar um certo valor da produção producente para si, tornava os camponeses dependentes. A luta entre os camponeses e os senhores feudais foi, nessa altura, a forca motriz do desenvolvimento social, que iria conduzir, mais tarde, a grandes diferenciações entre os camponeses e artesões, por um lado, e ao desenvolvimento da agricultura e do comercio e consequentemente das cidades, por outro.
Na cultura do feudalismo, dominavam concepções religiosas do cristianismo, budismo, hinduísmo, e no século VIII do islamismo que pouco depois transformou se com aquelas regiões mundiais. Na europa o cristianismo tornou-se o núcleo ideológico da classe feudal. A medicina árabe desenvolveu-se tendo sido, igualmente para a química de extrema importância. Pela primeira vez passa se a conhecer a primeira circulação. Na área da química desenvolveu-se a alquimia árabe. Métodos, procedimentos, substâncias e aparelhos da alquimia foram sintetizados pela primeira vez, sistematizados. Durante o feudalismo a intensificação da relação da produto-moeda, que conduz mais tarde a formação da burguesia, o desenvolvimento científico conhece uma nova dinâmica sob condições específicas do feudalismo e das suas contradições.
Aspectos gerais sobre a interpretação dos fenómenos relacionados com as transformações químicas
Observando-se os fenómenos naturais, poderia chegar se as interpretações de carácter religioso e místico, onde deuses seriam criadores. Assim sendo a mitologia, a religião e a ciência são formas de conhecer melhor o mundo. A homenagem aos deuses representava o conjunto de convicções de indivíduos de classes dominantes. Na Babilónia, eram adorados a lua, o sol e outras estrelas, pois conseguiam interpretar melhor o planeta terra. Em África, no Egipto, acreditava-se no deus sol, pois este dominava a vida no vale e no delta do Nilo.
Interpretações sobre as transformações químicas pelas filosofias naturalistas
A filosofia baseava-se muito em conceitos básicos da química, pois ela usava o modo dedutivo, sem experimentação nem investigação indutiva. Supõe-se que os filósofos naturalistas tivessem sido influenciados pelas filosofias religiosas indianas, as quais concebiam 5 elementos (fogo, água, ar, terra e éter) como criação divina. O atomismo grego está ligado aos nomes de Leucipo de Mileto e Democrito de Abdera. A teoria dos quatro elementos, está associada aos nomes de Empedocles e aristoteles. Empédocles propôs que a matéria seria constituída por quatro princípios: água, ar, fogo e terra. Aristóteles se opôs ao atomismo, adoptou e ampliou a ideia de Empédocles, propondo que existiria uma matéria-prima que constituiria a base de formação de todas as substâncias existentes.
Princípios químico-técnicos da fabricação e produção de materiais
Foi com base na sociedade, e principalmente nas classes dominantes que foram colocadas na antiguidade novas exigências à produção química, particularmente aqueles que se ligam com a metalurgia, isto é, com metais como: o ferro, o aço, o cobre, o estanho, o bronze e o chumbo para produzir utensílios que destinavam-se, em primeira linha, à produção de armas entre varias coisas. Foi neste âmbito que obteve-se mais metais preciosos e semipreciosos, que eram utilizados na relação produto-moeda como meio de pagamento das suas despesas. Estas necessidades incluíam também cosméticos, produtos farmacêuticos, etc. os artesões descobriram o mercúrio como sendo um novo metal, o mercúrio por sua vez, era utilizado para formar amálgama e para a fabricação de pomadas contra doenças (imposições) dai chamaram os alquimistas.
Formação da alquimia a partir das filosofias naturalistas
A alquimia formou-se como área específica das ciências naturais. É frequente associar a alquimia á busca pela “pedra filosofal”, a transmutação de metais de ouro e do elixir de longa vida, pois, possuíam como meta transformar metais menos nobres em ouro e desenvolver uma substância que fosse capaz de curar todos os males e prolongar a vida do ser humano.
Imposições da alquimia segundo Razi:
– Apresentação e sistematização de todas as substâncias químicas conhecidas até então segundo as suas propriedades;
– Apresentação e sistematização de todos os aparelhos e descrição da sua aplicabilidade.
Princípios tecnológicos de produção de substâncias na sociedade
Nos primórdios da história, o homem aprendeu a usar o fogo, abrindo caminho para inúmeros processos de transformação de matérias-primas em objectos úteis. Essa habilidade, que nos distingue dos outros animais, além de transformar a nutrição e o próprio comportamento do homem primitivo, deu início à tecnologia. A produção de novas substâncias foi importante para o aumento da produção de alimentos. Nesse sentido destaca-se o uso de fertilizantes (adubos) e agro-tóxicos que contribuem para um mais rápido e saudável crescimento das plantações e culturas. Outros produtos da química, como conservantes, antioxidantes, aromatizantes, adoçantes, corantes e estabilizantes, também são empregues na produção de alimentos industrializados.
Por sinal, as indústrias são, provavelmente, o sector onde a química tem mais contribuído. As refinarias de petróleo por exemplo, realizam o processo químico de limpeza e refino do óleo bruto para produzir diversos combustíveis, como: diesel, gasolina, querosene, gás e outras substâncias que são usadas por outas industria ou por nós mesmos, no dia-a-dia. Em função do aquecimento global, a busca por novas alternativas de fontes de energia tem solicitado, mais uma vez a química. O biodiesel é uma fonte renovável de energia e o seu uso diminui o impacto no meio ambiente. As usinas nucleares empregam a energia térmica liberada das fissões nucleares para aquecer água e, com o vapor produzido, mover turbinas geradoras de electricidade.
O polímero sintético transformou o mundo no século XX: os plásticos. Na verdade, os polímeros são conhecidos (e usados) desde a antiguidade, só que eram polímeros naturais, como a celulose, a borracha, o amido e o colagénio. Os polímeros sintéticos imitam os naturais, e em determinadas circunstâncias, superam a natureza na produção de materiais que podem combinar leveza, flexibilidade, resistência, isolamento térmico e eléctrico, etc.
Os agentes químicos poluidores mais comuns são os fertilizantes agrícolas e agro-tóxicos (usados para o melhor rendimento da colheita); compostos orgânicos sintéticos, como: plásticos, detergentes, tintas, solventes e herbicidas; e compostos inorgânicos e minerais que, quando derramados nas águas, causam modificações no pH e salinidade, assim como podem torná-las tóxicas.
Referências bibliográficas
BLOCH, António, História de Química, Porto, 2008.FRANCO, Maria das Dores, Evolução da química, São Paulo, 2010.SUSAN, Ana Dora, Química, Porto rico, 2005.