Segundo Houaiss Villar, a palavra psicopedagogia significa “ciência aplicada que consiste em aliar a psicologia, especialmente a experimental, à pedagogia; psicologia da educação.

Se pensarmos que esse termo foi criado no século XX e que de lá para cá muitas coisas se modificaram e continuam a se transformar no dia-a-dia, será que esse conceito, diante do propósito apresentado no início deste capítulo, não deixa a desejar? Ou, pelo menos, não nos deixa dúvidas com relação a que área de conhecimento é essa, que une apenas a Psicologia e a Pedagogia e que se diz multidisciplinar?

A psicopedagogia era apenas a união da psicologia, principalmente por meio da Psicanálise, com a pedagogia. No entanto, actualmente, a psicopedagogia é uma área do conhecimento construída por dois saberes e duas práticas: a psicologia e a pedagogia, mas com influência de um grande corpo teórico-psicanálise, psicofisiologia, neuropsicologia, linguística, semiótica, filosofia e medicina. Ou seja, a psicopedagogia é uma área de conhecimento reconhecida, mas que busca em outras áreas o suporte para analisar o educando como um todo (bio-psico-social), e não somente em sua particularidade fracasso escolar, não aprendizado etc.

Não podemos nos esquecer de que a psicopedagogia “distingue-se em três conotações: como uma prática, como um campo de investigação do ato de aprender e como (pretende-se) um saber científico”. Portanto, de acordo com a mesma autora, essa área do conhecimento apresenta as suas especificidades, não podendo ser considerada, assim, “sinónimo de Psicologia Escolar ou Psicologia Educacional”.

Para tanto, na psicopedagogia, como área de aplicação, actua o psicopedagogo, que é esse profissional que se ocupa dos problemas de aprendizagem, os quais anteriormente eram estudados pela medicina e pela pedagogia e, agora, é estrutu­rado por um corpo teórico com contribuições de várias áreas.