O homem é o ser dotado de linguagem. A linguagem faculta o homem ser o ser vivo que ele é enquanto homem.
O pensamento busca elaborar uma representação universal da linguagem. O universal, o que vale para toda e qualquer coisa, chama-se essência.
A linguagem ela mesma: a linguagem e nada além dela. A linguagem ela mesma é linguagem. O que há a linguagem ela mesma? Nossa resposta é: "a linguagem fala". Para pensar a linguagem é preciso penetrar na fala da linguagem , isto é, na "sua fala". Pensar desde a linguagem significa: alcançar de tal modo a fala da linguagem que essa fala aconteça como o que concede e garante uma morada para a essência, para o modo de ser dos mortais.
Se devemos buscar a fala da linguagem no que se diz , faríamos bem em encontrar um dito que se diz genuinamente e não um dito qualquer , escolhido de qualquer modo. Dizer genuinamente é dizer de tal maneira que a plenitude do dizer, própria ao dito, é por sua vez inaugural. O QUE SE DIZ GENUINAMENTE É O POEMA. O que buscamos no poema é o falar da linguagem. O que procuramos se encontra, portanto, na poética do que se diz. A linguagem prova indiscutivelmente que é expressão.
Portanto, o homem fala à medida que corresponde às linguagem . Corresponder é escutar. Ele escuta à medida que pertence ao chamado da quietude.