Os artigos de Zenão podem separar-se em dois grupos. O primeiro grupo pretende negar a multiplicidade e a divisibilidade das coisas . O segundo nega o movimento. Se as coisas são múltiplas, diz Zenão, o seu número é ao mesmo tempo finito e infinito: finito , porque elas não podem ser mais nem menos do que são; infinito , porque entre duas coisas haverá sempre uma terceira  e entre está e as outras duas haverá ainda outras assim por diante. Contra unidade concebida como elemento real das coisas, Zenão observa que, se a unidade tem uma dimensão , ainda que mínima, visto que em todas as coisas existem infinitas unidades, todas serão infinitamente grandes; ao passo que , se aunidade não tem dimensão, as coisas que resultam dela serão privadas de dimensão e portanto nada. O argumento vale ainda , evidentemente, contra a realidade da dimensão . No entanto, o espaço é real. Se tudo está no espaço, o espaço, por sua vez, deverá estar em um outro espaço e assim até ao infinito: isto é imposível e obriga a deduzir que nada está no espaço. Contra a multiplicidade se dirige ainda o outro argumento, segundo o qual, se um moio de trigo produz ruído quando cai, cada grão e cada partícula de um grão deveriam causar um som: o que não acontece. A dificuldade está aqui em compreender como é que diversas coisas reunidas podem produzir um efeito que cada uma delas separadamente não produz.

Mas os argumentos mais famosos de Zenão são os que negam o movimento e foram conservados por Aristóteles.

- O primeiro é o argumento chamado da "dicotomia": para ir de A a B , um móvel deve primeiro efectuar metáfora do trajecto A-B; e, primeiro, metade desta metade; e assim por diante até ao infinito; pelo que nunca mais chegará a B.

- O segundo argumento é o de "Aquiles": Aquiles (ou seja, o mais veloz) nunca alacançará a tartaruga (ou seja, o mais lento) , desde que a tartaruga tenha um passo de vantagem. Com efeito, antes de alcança-la, Aquiles deverá antingir o ponto de onde partiu a tartaruga, pelo que a tartaruga estará sempre em vantagem. 

- O terceiro é o da "seta". A seta, que parece estar em movimento, na realidade está imóvel, com efeito, em cada instante, a seta não pode ocupar senão um espaço vazio igual ao seu cumprimento e está imóvel com referência a este espaço ; e dado que o tempo é feito de instantes, durante todo o tempo a seta estará imóvel. 

- O quarto argumento é o do "estádio". Duas massas iguais dotadas de velocidades iguais, deveriam percorrer espaços iguais em tempos iguais. Mas, de duas massas de movem ao encontro uma da outra, partindo de extremidades opostas de um estádio, cada uma delas gasta, para alcançar a outra, metade do tempo que gastaria de essa outra estivesse parada: de onde Zenão conclui que a metade do tempo é igual ao dobro.