Introdução
Teria um sentido e valor histórico um Monumento em Homenagem ao Combatente ou uma Estátua em Homenagem a coragem e bravura da Mulher na época da Luta de Libertação Nacional? Antes, decerto, importa entender o que seria um Monumento ou Mural e o que representa. Já nos deparamos com várias construções populares, algumas mais populares ainda quanto à sua forma e estrutura arquitetônica e complexidade, porém um Monumento deixa a forma primordial das meras construções de que se enfartam diariamente os nossos olhos, pois não se pode encarrar um Monumento como se fosse uma obra desértica sem nenhum valor histórico, por mais que tenha uma datação mais antiga do que o próprio Homem que se depara com ele.
Ao olhar para um Monumento, uma Estátua ou Mural, olhamos imediatamente para uma história que não é mais oculta. Uma história posta ao público, embora o público a possa desconhecer ou negar-lhe a sua existência. É certo afirmar que um Monumento não representa, por hipótese alguma, uma simples construção fenomenal de quem dispõe de recursos para tal, trata-se de uma construção histórica, uma estrutura que transporta uma realidade concreta. Uma história talvez antiga que os seus contemporâneos pretendem preservar por um longo período de tempo.
No que diz respeito ao tema deste estudo (O Monumento da Praça dos Combatentes) sobre ele, o tempo trouxe apenas mudanças positivas e não a destruição ou substituição de um projecto por outro. O Monumento da Praça dos Combatentes foi simplesmente requalificado e em 2019 oficialmente inaugurado pelo então Presidente da República de Moçambique, Filipe J. Nyusi, e o seu objectivo é de retractar a vida e obra dos Combatentes perecidos no discurso da
Luta de Libertação Nacional em todas as províncias de Moçambique nas várias frentes de luta, nomeadamente: frente de combate, produção, educação, saúde clandestina e prisão prática.
É concebível que haja uma ligação entre o Monumento da Praça dos Combatentes e a história da Luta de Libertação Nacional, mas isso não significa que o Monumento tenha sido concebido para retractar somente da Luta de Libertação Nacional. O Monumento se ocupa da vida e obra dos Combatentes perecidos, claro, isto cria uma ligação directa entre a história da Luta de Libertação Nacional e os combatentes perecidos. Uma história de um passado recente.
Esta luta aqui falada deve ser vista num momento em que o povo moçambicano tomou coragem de enfrentar, militarmente, o seu inimigo. O ponto inicial desta guerra foi em Chai, um posto administrativo situado em Cabo Delgado. Um grupo de cerca de 250 Homens liderado por Alberto Chipande invadiu o local e de lá a história de primeiro tiro que se traduziria numa nova jornada da história de Moçambique começou. Cremos que esta luta foi bastante intensa na zona norte e centro, principalmente em Cabo Delgado, Tete e Niassa, razão pela qual a zona sul se transformou num lugar de refúgio.
Para além da complexão questão, que com muita dificuldade as nossas fontes nos
ofereceram uma resposta sólida (i) por que se ergueu justamente em Xiquelene o Monumento da Praça dos Combatentes, este estudo aborda questões como, (ii) quais os objectivos ou o que representa o Monumento da Praça dos Combatentes; (iii) como foi concebido e quem o concebeu; (iv) um breve historial do Monumento baseado em imagens e seus símbolos.
Palavras-chave: Victória, Memória, Desenvolvimento e Identidade.