CRÔNICA 158: O FILÓSOFO QUE INSPIROU FREUD
Para Arthur Schopenhauer A RAZÃO É NOSSA MINISTRA DAS RELAÇÕES EXTERIORES, MAS É A VONTADE OCULTA QUE PRESIDE TODAS NOSSAS AÇÕES, ou como ele diz, “o mundo resulta da vontade de viver e se faz via representações dos sujeitos. Critica o fundamento da realidade dos racionalistas e centra-se no CONCEITO DE “VONTADE”. Em 1818 começa a escrever O Mundo Como Vontade e Representação. Parte da primeira edição foi usada como papel de embrulho, e a segunda quase não foi lida. Tenta docência em 1820, em Berlin, mas ao competir com Hegel não consegue inscrições. Embasa-se em Kant, refutando sua fundamentação da moral. Opõe-se a Hegel, Schelling e Fichte. Friedrich Nietzsche é muito influenciado pela sua teoria. ”. Essências são buscadas pelo insight intuitivo ou iluminação. Tal teoria se marca por sofrimento e tédio. Há sombras de sua “ sofrência” em Thomas Mann, Leon Tolstoi, Machado de Assis e Richard Wagner. Para Schopenhauer, a ânsia de viver e a brevidade da satisfação nos colocam em estado de sofrimento. Torna-se conhecido do grande público ocorre com Parerga e Paralipomena (1851) . Influenciado por Kant, entende que o que conhecemos é apresentado pelos sentidos e organizado subjetivamente. A razão apenas forma ideias abstratas com dados empíricos. A inteligência identifica uma causa externa para essas impressões. Temos apenas representações do mundo. O mundo é fortaleza impenetrável que nos impede conhecê-lo como realmente é. Propõe uma via imediata aberta por nossos atos voluntários. A vontade manifesta-se de forma específica no ser humano, mas todo fenômeno exprime uma vontade. A palavra “vontade”, não se refere ao ato consciente; indica poder ou impulso dos seres para a vida, vontade de vida (Wille zum leben.) Schopenhauer contesta o iluminismo a que nos referimos na crônica anterior; afirma que esse poder não se deixa compreender racionalmente. Trata-se de impulso constante e sem propósito, não concedendo à realidade íntima das coisas um sentido a ser compreendido. Tal constatação pessimista implica em sua concepção ética. Suas reflexões morais são baseadas em crítica à perspectiva ética de Kant. Ao invés de supor um princípio a priori, deveríamos empreender uma investigação empírica e buscar ações com valor moral inquestionável. Ações manifestam disposições internas invariantes, o interesse é a explicação básica de nossas ações, com motivações egoístas. Há ações que não têm por base interesse, identificadas com a compaixão e se relacionam ao outro. Tais ações não são expressões de um querer, mas da negação da vontade. A ilusão dos fenômenos é compreendida e o outro é reconhecido como semelhante. Esse processo é identificado pelo filósofo como misterioso, em vistas do egoísmo observado nas ações humanas, e sua explicação representaria um limite que o conhecimento humano não alcança. Inicia sua grande obra, O mundo como vontade e representação, afirmando: “o mundo é minha representação”. Embora essa verdade valha para qualquer ser, só o ser humano pode tornar-se consciente dela. Arthur Schopenhauer aconselhou, no prefácio da primeira edição de sua grande obra, que o livro fosse lido duas vezes. A primeira com paciência e a segunda, com a experiência negativa da aceitação. O pensamento central não foi alterado, constando apenas de correções e acréscimos textuais aos quatro livros que compunham a edição inicial. Embora a leitura necessite de conhecimento prévio da teoria epistemológica de Kant, a linguagem é acessível e o texto contém muitas analogias e exemplos. Os textos de Parerga e Paralipomena (1851) foram publicados no Brasil em livros organizados tematicamente, como Aforismos para a sabedoria de vida, A arte de escrever, Sobre a ética. Foram publicadas algumas preleções, como Metafísica do belo (2003), um estudo sobre a essência da beleza.
Para Arthur Schopenhauer A RAZÃO É NOSSA MINISTRA DAS RELAÇÕES EXTERIORES, MAS É A VONTADE OCULTA QUE PRESIDE TODAS NOSSAS AÇÕES, ou como ele diz, “o mundo resulta da vontade de viver e se faz via representações dos sujeitos. Critica o fundamento da realidade dos racionalistas e centra-se no CONCEITO DE “VONTADE”. Em 1818 começa a escrever O Mundo Como Vontade e Representação. Parte da primeira edição foi usada como papel de embrulho, e a segunda quase não foi lida. Tenta docência em 1820, em Berlin, mas ao competir com Hegel não consegue inscrições. Embasa-se em Kant, refutando sua fundamentação da moral. Opõe-se a Hegel, Schelling e Fichte. Friedrich Nietzsche é muito influenciado pela sua teoria. ”. Essências são buscadas pelo insight intuitivo ou iluminação. Tal teoria se marca por sofrimento e tédio. Há sombras de sua “ sofrência” em Thomas Mann, Leon Tolstoi, Machado de Assis e Richard Wagner. Para Schopenhauer, a ânsia de viver e a brevidade da satisfação nos colocam em estado de sofrimento. Torna-se conhecido do grande público ocorre com Parerga e Paralipomena (1851) . Influenciado por Kant, entende que o que conhecemos é apresentado pelos sentidos e organizado subjetivamente. A razão apenas forma ideias abstratas com dados empíricos. A inteligência identifica uma causa externa para essas impressões. Temos apenas representações do mundo. O mundo é fortaleza impenetrável que nos impede conhecê-lo como realmente é. Propõe uma via imediata aberta por nossos atos voluntários. A vontade manifesta-se de forma específica no ser humano, mas todo fenômeno exprime uma vontade. A palavra “vontade”, não se refere ao ato consciente; indica poder ou impulso dos seres para a vida, vontade de vida (Wille zum leben.) Schopenhauer contesta o iluminismo a que nos referimos na crônica anterior; afirma que esse poder não se deixa compreender racionalmente. Trata-se de impulso constante e sem propósito, não concedendo à realidade íntima das coisas um sentido a ser compreendido. Tal constatação pessimista implica em sua concepção ética. Suas reflexões morais são baseadas em crítica à perspectiva ética de Kant. Ao invés de supor um princípio a priori, deveríamos empreender uma investigação empírica e buscar ações com valor moral inquestionável. Ações manifestam disposições internas invariantes, o interesse é a explicação básica de nossas ações, com motivações egoístas. Há ações que não têm por base interesse, identificadas com a compaixão e se relacionam ao outro. Tais ações não são expressões de um querer, mas da negação da vontade. A ilusão dos fenômenos é compreendida e o outro é reconhecido como semelhante. Esse processo é identificado pelo filósofo como misterioso, em vistas do egoísmo observado nas ações humanas, e sua explicação representaria um limite que o conhecimento humano não alcança. Inicia sua grande obra, O mundo como vontade e representação, afirmando: “o mundo é minha representação”. Embora essa verdade valha para qualquer ser, só o ser humano pode tornar-se consciente dela. Arthur Schopenhauer aconselhou, no prefácio da primeira edição de sua grande obra, que o livro fosse lido duas vezes. A primeira com paciência e a segunda, com a experiência negativa da aceitação. O pensamento central não foi alterado, constando apenas de correções e acréscimos textuais aos quatro livros que compunham a edição inicial. Embora a leitura necessite de conhecimento prévio da teoria epistemológica de Kant, a linguagem é acessível e o texto contém muitas analogias e exemplos. Os textos de Parerga e Paralipomena (1851) foram publicados no Brasil em livros organizados tematicamente, como Aforismos para a sabedoria de vida, A arte de escrever, Sobre a ética. Foram publicadas algumas preleções, como Metafísica do belo (2003), um estudo sobre a essência da beleza.
CRÔNICA 158: O FILÓSOFO QUE INSPIROU FREUD
Para Arthur Schopenhauer A RAZÃO É NOSSA MINISTRA DAS RELAÇÕES EXTERIORES, MAS É A VONTADE OCULTA QUE PRESIDE TODAS NOSSAS AÇÕES, ou como ele diz, “o mundo resulta da vontade de viver e se faz via representações dos sujeitos. Critica o fundamento da realidade dos racionalistas e centra-se no CONCEITO DE “VONTADE”. Em 1818 começa a escrever O Mundo Como Vontade e Representação. Parte da primeira edição foi usada como papel de embrulho, e a segunda quase não foi lida. Tenta docência em 1820, em Berlin, mas ao competir com Hegel não consegue inscrições. Embasa-se em Kant, refutando sua fundamentação da moral. Opõe-se a Hegel, Schelling e Fichte. Friedrich Nietzsche é muito influenciado pela sua teoria. ”. Essências são buscadas pelo insight intuitivo ou iluminação. Tal teoria se marca por sofrimento e tédio. Há sombras de sua “ sofrência” em Thomas Mann, Leon Tolstoi, Machado de Assis e Richard Wagner. Para Schopenhauer, a ânsia de viver e a brevidade da satisfação nos colocam em estado de sofrimento. Torna-se conhecido do grande público ocorre com Parerga e Paralipomena (1851) . Influenciado por Kant, entende que o que conhecemos é apresentado pelos sentidos e organizado subjetivamente. A razão apenas forma ideias abstratas com dados empíricos. A inteligência identifica uma causa externa para essas impressões. Temos apenas representações do mundo. O mundo é fortaleza impenetrável que nos impede conhecê-lo como realmente é. Propõe uma via imediata aberta por nossos atos voluntários. A vontade manifesta-se de forma específica no ser humano, mas todo fenômeno exprime uma vontade. A palavra “vontade”, não se refere ao ato consciente; indica poder ou impulso dos seres para a vida, vontade de vida (Wille zum leben.) Schopenhauer contesta o iluminismo a que nos referimos na crônica anterior; afirma que esse poder não se deixa compreender racionalmente. Trata-se de impulso constante e sem propósito, não concedendo à realidade íntima das coisas um sentido a ser compreendido. Tal constatação pessimista implica em sua concepção ética. Suas reflexões morais são baseadas em crítica à perspectiva ética de Kant. Ao invés de supor um princípio a priori, deveríamos empreender uma investigação empírica e buscar ações com valor moral inquestionável. Ações manifestam disposições internas invariantes, o interesse é a explicação básica de nossas ações, com motivações egoístas. Há ações que não têm por base interesse, identificadas com a compaixão e se relacionam ao outro. Tais ações não são expressões de um querer, mas da negação da vontade. A ilusão dos fenômenos é compreendida e o outro é reconhecido como semelhante. Esse processo é identificado pelo filósofo como misterioso, em vistas do egoísmo observado nas ações humanas, e sua explicação representaria um limite que o conhecimento humano não alcança. Inicia sua grande obra, O mundo como vontade e representação, afirmando: “o mundo é minha representação”. Embora essa verdade valha para qualquer ser, só o ser humano pode tornar-se consciente dela. Arthur Schopenhauer aconselhou, no prefácio da primeira edição de sua grande obra, que o livro fosse lido duas vezes. A primeira com paciência e a segunda, com a experiência negativa da aceitação. O pensamento central não foi alterado, constando apenas de correções e acréscimos textuais aos quatro livros que compunham a edição inicial. Embora a leitura necessite de conhecimento prévio da teoria epistemológica de Kant, a linguagem é acessível e o texto contém muitas analogias e exemplos. Os textos de Parerga e Paralipomena (1851) foram publicados no Brasil em livros organizados tematicamente, como Aforismos para a sabedoria de vida, A arte de escrever, Sobre a ética. Foram publicadas algumas preleções, como Metafísica do belo (2003), um estudo sobre a essência da beleza.